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segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Postais da Aurora Perdida





Ouço o clamor da calamidade entre as grades
De Espinheiros que vertem aromas de vendavais
Em palácios vertidos em palhas e cravos cortantes
Num retoque entre além próximo e mui  instante
Homens que perdem o palco da vida em um cais

Mulheres e crianças chorando  em encenação
Na batida do ritmo da vida do mundo que pulsa
Os vaus de sangue e a triste historia da civilização
De ódio e destreza na violência da adâmica  petição
Onde os murmúrios caçoam das fabulas da repulsa

Tenho a leve  impressão que as harpas são tocadas
No breviário de um mudo que pede a voz de outro
Emprestei a minha que a foice da ceifa sempre acalenta
Desse sentimento tão amargo que me deixa paralisados
Pouco a pouco perdido na ala dos outros  desesperados

Como épico de um jogo moral  que se aproxima
No tóxico horror e a fumaça que verteu  de Hiroshima
Estendo a mão para uma criança vital que chora
Não grite infante, acorde! não estou indo embora
Estou nesse triste cenário da vida, apenas chegando...

Clavio J. Jacinto

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