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sábado, 27 de novembro de 2021

(Implicito)

 


Temo algo licito morrer

De que vivo suspiro, respiro

Um retiro na vida

Viagem translúcida

Incandescente e transcendente

A morte transhumana

Navego na alma que proclama

A dose do vinho vital

Anseios eternos perduram imortais

Nas constelações calmas do alento

Viver o agora fragmento

Do momento

Inquieto e boquiaberto

O viver certo e implícito

Pois não mais vivo eu

Mas vive em mim: Jesus Cristo



C J Jacinto

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Vendavais

 



Vendavais


Estou oco de saudades
Vagando por entes universais
Nas calamidades de sorrisos terminais
Entre as náuseas das alturas estelares
Abrigo de meus ossos e minha carne
Matriz das pálpebras visionárias
Sou homem abrigo de uma alma
Transparente e transcendente
Onde lampejam as lampadas sacras
Tabernaculo no arido orbe
Quem dera-me fosse anjo
Mas como sou apenas um mortal
Rastejo no opróbrio do pó
Nas vias póstumas do escoadouro
Até chegar o fim do gemido da criação
O mundo vindouro


Clavio J. Jacinto

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Pergaminhos de Sonhos

 



Quem dera-me ser poente entre estrelas

Fogo em crepusculos especulativos

Trágicos sonhos enrolados em lençóis úmidos

Tropeiros no vacuo da humildade

No frio do basalto e o cimento

Nas poeiras da molécula do esquecimento

Marmore sangrando vozes pálidas

Eu mesmo nas colunas de talco

Pois meu mundo não é um palco

Nem o estreito de Bering ou o canal de Suez

Apenas verme rastejante da sombra de Jacó

Meu destino é cume degradante pó

E se não se lembrarem de  mim em vida

Que me esqueçam noas tardes

   do "In Memoriam"

domingo, 7 de novembro de 2021

Aflito

 



Sangro a lágrima de minhas inquietações

Derramo amarguras de minhas tristezas

Solitario no solsticio de meus pesares

A estrada desse silencio de ausencias


Arrasto-me nas ruas dos temporais

mas sombras de uma pequenina voz

Entre as correntes e os grilhões do agora

Na angústia forte que não vai embora


Que floresçam os frios sedentos do inverno

Que desabrochem as ataduras da dor

Pois em paz ainda verei as chuvas torrenciais

O jardim verdejante de minha esperança


Nos átrios das chuvas ainda revejo

As glórias antigas de meus imediatos sorrisos

Pois que mais espero com tudo isto?

A vinda triunfante e vencedora de Cristo


Clavio J. Jacinto




Porto Celeste

 



 

Amanheço nas incógnitas de meus prantos

Nas regias lágrimas de aflições

A vida apedreja nossos sonhos

Faz estremecer as catástrofes da sorte

 

Nos percalços dessas ilusões descalças

O refugo do tempo perdido

O salutar pranto de um iludido

Cascalhos impolutos do coração perdido

 

As vaias do vento nas faias

O nevoeiro insólito dos matagais

Ainda estremece minha alma despojada

Nas calamidades cruas e frugais

 

Dos pardos poentes e nostálgicos

Arvoram as tramas de um existir inseguro

E em tudo me rendo ao Senhor

Para encontrar nele: Porto Seguro


Clavio J. Jacinto