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sexta-feira, 28 de junho de 2019

Fim do Futuro




 Fim do Futuro


A violência é uma erva maligna
Um abrolho que se alastra no coração humano
A humanidade desce as moradas da Escuridão
Dormem na palha seca dessa erva devassa

E tu quando nasce homem fraco
Nu em teus choros recebes o amor
Mas cresce nos desapontamentos
E joga fora o amor da tua infância
Corres louco pelos caminhos da destruição
Assim encontras os atos das tuas violências

A maioria dos homens provam
O gosto amargo da vida
Porque não cultivaram a doçura das virtudes
No coração
Mas cultivaram a desordem sobre seus instintos.

Assim chega a catástrofe
No fim do mundo
Todas as lagrimas de dores serão somadas
Todos impenitentes se afogarão nesse oceano intranquilo
Como prisioneiros de uma sobra que não evanesce

Clavio J. Jacinto

Escuridão




Escuridão

Fere o amor e o amor por si mesmo, sarará amando
Mas Se feres o ódio, assim mesmo continuará destruindo ferido...
O amor não se afasta da luz
Mas desde o romper das batalhas, vem a escuridão

Assim, os homens erguem suas moradas
Sem quartos e sem janelas
Obscuridade em todos os recantos
É na escuridão espiritual que os homens
Cometem seus delitos.

A escuridão espiritual é o laboratório dos falsos profetas
O útero que deforma os falsos doutores
É  a escuridão onde bebem todos os enganadores




Clavio J. Jacinto

quarta-feira, 26 de junho de 2019


terça-feira, 25 de junho de 2019

Caustico

Nascem espinhos no vale da amargura
Sopram nevoas nas curvas do pessimismo
Nos desertos cáusticos nascem a loucura
As pedras agudas assistem o caminho da ira
Nascem abrolhos nos pêndulos da intolerância
É sempre inverno nos vales onde repousam o ódio
Mas no cume mais elevado onde tocam as estrelas
Há uma só esperança: o desabrochar eterno do perdão


Clavio J. Jacinto

Perene


O fim de cada jornada é um sonho realizado
E cada vez que alguém ficar feliz com minhas palavras
Terei vivido uma vida pelos outros

Que a vida é uma jornada, duvidas não tenho mais
Cada sonho em fazer alguém melhor, por ações e palavras
É um caminho que percorremos e outras conquistas.

No final de todas esses eventos silenciosos
Onde nossas mãos teceram flores do destino
No final, chegamos na perene primavera


Clavio J. Jacinto

segunda-feira, 24 de junho de 2019

O Deserto Interior


Deserto Interior

Descampado está meu coração
Desertos sem nevoas, montanha sem chuvas
As ordinárias branduras de todas as ausências
Dos póstumos noturnos dessas incandescências

Do fortuito brado de trovões do clamor pungente
Das forças dos sopros desses grãos secos flutuantes
Em hélices de poeiras na secura efervescência
Nas planícies do barro sem molde, terra de convalescença

Do intrépido vôo das nuvens sem fluidos náuticos
Nesse coração sequioso e vazio e hálito caustico
Nas planuras desse infinito que traz todas as desavenças
Presto a fervura da alma afável, a luminescência

Quisera eu, das noites dessas mais conspícuas torrentes
Bradar por fontes no frescor de anseios mais ardentes
Pudesse por todos os gritos, na aura afaz de toda a clemência
Achar em Ti todas as fontes que jorram vossas condescendências

Assim no conforto de tantos mananciais  balsâmicos
Fugiria eu desse funéreo deserto tão mordente
Do vale sarcástico e de tantos medos irônicos e tirânicos
Descansaria nos braços paternos de um Deus clemente


Clavio J. Jacinto









A fé fortalece o coração
Dá repouso aos sentimentos
Olhai para as montanhas distantes
Todo o firmamento permanece
Porque a providencia divina prevalece

Os fundamentos da vida estão firmes
A esperança verdadeira se estabelece
Olhai para os lírios do campo
Disse Aquele que promete a eternidade
Assim, descanse em fé, Cristo é a verdade

Clavio J. Jacinto

Flores



Que belas flores nascem e não são cativas
Livres brilham como estrelas sem noite nas colinas
Doam perfumes ao vento e néctar as abelhas
Suas cores são a alma da primavera

Quando singelas, adornam os campos
Nutrem a inspiração do homem de coração sensível
As flores são cânticos silenciosos da criação
Matizes remanescentes das Estações do Eden

Não há poema que atinja o ápice
Da beleza da criação
Então apenas  admiramos em profundidade
As coisas belas pela via silenciosa da contemplação




Clavio J. Jacinto

Dificuldades




Enxergamos as dificuldades
Com sabedoria
Pois elas podem ser oportunidades
De transformação interior

Não te incomodes
Com o silencio do entardecer,
 E se a tua vida
 Torna-se noite escura,
Conte as estrelas...

Clavio J. Jacinto




Fraco

Fraco

Sou frágil vida que reconhece a falência
Dependo de ti e ainda mais me apego
Que nas fraquezas, que Deus me sustenta
Pois sem i Senhor, vem meu desassossego

Oh, Deus,  me envolve com tua proteção
Pois em fraqueza ainda posso a ti clamar
Sou infante guiado por tuas santas mãos
No teu cuidado, ouça-me, vem me ajudar

Tu és meu mover, viver e meu respirar
O teu Santo Espírito é que me fortalece
Se não me amparas nas minhas fraquezas
Minha vida cai na miséria e o coração perece

Clavio J. Jacinto





Noite


sábado, 22 de junho de 2019

Posca




(Posca)


Depois de um beijo rasgado de um fio de  fel
No rosto, a em face de afiada falsa afeição
No calor de um fogo sem amor e paixão
As laminas famintas  transpassaram a carne

Um fio de pedra e o madeiro
Um cálice de vinagre, o vinho azedo
No seio da tarde, o breu assombro, que medo!
Os lábios ressequidos no vento ardido

A posca em esponja oceano de absinto
O cimbalo dos trovões e o estremecer da terra
Os espíritos opostos dançando na algazarra
Nas mãos ensangüentadas tão tensa guerra

Sorvendo o amargo, tangendo suores
As chagas cantam em orquestrais ostracas
Horripilantes fios de pregos como fios de facas
A carne rasgada no madeiro de todos os horrores

E a dor nessa infâmia tão mais nefasta
Que do alivio cada vez mais se afasta
Num abraço ao sofrimento, lamenta um alto brado
Depois do ultimo suspiro á entrega o consumado.
(Autor: Clavio J. Jacinto)



AS FENDAS DO CORAÇÃO




Não lamentes
Coração ferido
Não lamentes, nem por um momento
Porque nas rachaduras
Ali onde nascem as frestas de uma ferida
Onde as rachaduras aparecem depois da ofensa
Como nas rochas das montanhas
Que recebem as sementes que desabrocham em fores
O coração ferido também pode receber
As sementes que possibilitam o frutificar
Do perdão e da esperança
(Clavio J. Jacinto)

O TEMPO




Dos ventos dessa rotina que deveras vem
Num inicio de um dia que está chegando
Procuras ver qual será tua santa ocupação
Eis que a vida é tão breve e está findando

Que as horas passam e nem sequer percebes
Assim os minutos perdem nessa lida salutar
Porque  será inútil  o tempo que se perde
Momentos que partem, nunca  mais irão voltar

É que a vida não é passageira, vós sois quem passais
Como a nuvem que no céu escorrega e desaparece
Dá valor ao oportuno e ser sensível ainda mais
Pois é impossível resgatar o teu  tempo que perece

Assim como é a prudência que nos ensina a viver
Buscai  a importância escondida em cada novo dia
Assim o tempo que se ganha, não pode se perder
Mas quanto ao senso, vive o agora com sabedoria.

Clavio J. Jacinto

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Pensamentos







Fugitivo


Inquietações


Agora


Temores


Angustias e Clamores


terça-feira, 18 de junho de 2019

Viva o Momento


O grande evento da vida é o agora, é nele que temos a possibilidade de viver o que podemos viver e sentir as coisas a nossa volta, fazer esse momento valer a pena, pois o amanhã ainda é nosso insondável mistério.
O grande evento da vida é o agora, eis o momento em que você pode sentir o amor, a compaixão, deixar que desabrochem todas as virtudes adormecidas,  eis o momento de declarar amor a quem você ama, de estender as mãos a quem precisa pois o amanhã está ainda longe de nossos sentimentos
O grande evento da vida é esse instante que você respira, essa é a abertura do tempo para você, olhe para as possibilidades ao seu alcance, ame, converse, faça o tempo valer a pena, e além de tudo, olhe para o evangelho, sinta-se amado por Deus e então agora mesmo cultive o desejo de amar ainda mais a Ele.

Clavio J. Jacinto

Caim



"A vida na terra é uma breve peregrinação entre dois momentos de nudez" (John Stott)

O ódio: uma espada mortal no coração
A inveja: um veneno que arruína a moral
O orgulho: um trapo sagaz mo espirito humano
As  vertentes dessa violência flamejam no horror

O Sangue: Sacia a fome famigerada do ódio
A insensibilidade: perverte os afetos
A mentira: a mãe de todas as ilusões
Caim moribundo na própria alma endurecida

A ignorância: o braço da estupidez
A corrupção: o rio que polui a civilização
O homem: fantoche dos próprios vícios e instintos
Pobre Abel! a sombra prematura da inocência


Pelas pisadas dos restos mortais do amor
nasce o ódio e prevalece nos corações fracos
A historia do desastre é o homicídio constante
Por fim o tempo mata nós todos...

Clavio J. Jacinto

segunda-feira, 17 de junho de 2019

A Saga do Presente



O hoje é o momento
Quando passa,
 Temos um passado
Para lembrar,
Mas ainda o hoje
É o único momento que temos para viver
Quando passa
Fica apenas um memorial
Mas enquanto vivemos o agora
Percebemos a importância de amar
Alguns perderam o hoje
O tempo passou
E o que restou foi aquele momento
De triste pesar
Porque quando o ontem era um hoje
Não demos a importância
Assim não amamos com mais amor
Não agimos com mais prudência
E o tempo escoou
Então a percepção da perda
Apenas procede ao lamentar
O tempo que era hoje
Passou
Agora resta apenas lembrar







 Clavio J. Jacinto

Vinculo das Ilusões




Os pássaros cantam na tarde de inverno
Com doces harmonias da saudade viva
Quando nas ensolaradas colinas repousa
As historias daqueles momentos preciosos

Que belas lembranças nos vêm à tona
Outroras submersas nos rios subterrâneos
Agora descansam após o nocaute da vida
Quando a ceifa jubila o majestoso dispor

Como as floras desse jardim de anciãos
Onde risos se misturavam com palavras
Antigos conselhos semeados na alma relutante
No apego de provérbios ditos aos ventos

As seqüências de todos os abraços chegaram
Como se todo o tempo congelasse a dor
Na fineza desses prantos entrelaçados
Que prende o coração as melhores lembranças

Pouco a pouco sentimos a vida ir embora
Como a neve esplêndida que não resiste ao sol
Assim pouco a pouco, cada um vai embora
Uns na noite mais fria, outros no princípio do dia

Teria eu resposta para teus prantos
Se colhesse um lírio sob o glamour da esperança
Mas ainda sou indigno de tais ternuras
Meu silencio é a evidencia de meus ternos pesares.





 Clavio J. Jacinto

A Dor das Estrelas





Grito a minha angustia para libertar
A alma da dor
Pois não posso deixar as lagrimas
Naufragarem na angustia
Liberto os "ais" e então
Perde-se no universo de luzes
Consola-te minha alma, porque as estrelas
Também morrem

A Dor das Estrelas


Grito a minha angustia para libertar
A alma da dor
Pois não posso deixar as lagrimas
Naufragarem na angustia
Liberto os "ais" e então
Perde-se no universo de luzes
Consola-te minha alma, porque as estrelas
Tambem morrem.



Clavio J. Jacinto

Tons celestiais


Tons celestiais

Depois que a ultima estrela foi embora num instante
O azul intimo de céu espraiou-se pelo firmamento
Tocando os lábios das montanhas verdes e distantes
Uma vastidão  das glórias das estações em ventos

O que meus olhos vêem e o coração pouco enxerga
Quem das fontes toma as matizes das mais vivas cores?
Nas densas e áureas luzes de bendita aurora se alberga
Que me acalenta essas visões, quando choro dores

Pois que devo eu olhar pra essa pura imensidão
Na inércia de um fogo que virou cinzas e flores
Num pesar que depois de ausentar-se o aguilhão
Restam rente, forte e imóvel os meus  dissabores

Quem me dera possuir os cálices derramados
Nessa pós-noite e um novo dia que nos domina
Que das estrelas ausentes fica os tons azulados
Das nevoas brandas que o sol mais ilumina

Assim que desse céu que cativa por nossos anseios
Que das coisas encerradas em cálices misteriosos
Bebi eu e então nos mais lúcidos devaneios
Fiquei pasmo a esmo nos sentimentos gozosos



CLAVIO J JACINTO

terça-feira, 11 de junho de 2019

Vale das Lagrimas




Se uma rosa pudesse enxergar
Estaria disposta também a falar
Porque a existência exige tantas perguntas
Ela perguntaria á outra rosa
Qual a prova de que esse mundo é
Um vale de aflições?
A resposta mais obvia então seria:
As crianças não nascem sorrindo




Clavio J. Jacinto

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Ensaios de Beleza Infinita




Quem pode medir a grandeza das coisas pequenas? Acaso uma rosa que desabrocha, não inspira um poeta? Os limites do pensar não alcançam a magnitude do esplêndido, o breve estagio da existência humana não pode contar todas as estrelas, nem contar os grãos de areia das praias.

Até mesmo os lírios e as flores  silvestres que surgem nos campos fogem da nossa admiração, o universo canta, mas nunca ouvimos o começo e o fim da sinfonia. Nosso pensar não é eterno e nem infinito, somos caroneiros da brevidade peregrinos das nevoas.

Captamos a luz da manhã num efeito de arrebatamento da alma, e depois a vida segue como uma rotina cíclica, inquebrável, como um arco-iris que não pode ser retorcido. Só quando o vigor se escoa pelos fluxos de nossas rugas, o espelho traduz a nossa imagem em brevidades.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

O Mendigo Noturno



Vertentes de amor surgem do coração bondoso
Nas vésperas das canções de um pobre mendigo
Que procura afetos nos regatos de sorrisos artificiais
Pobres homens, autômatos de gelo eletrônico

O mendigo clama aos sete ventos do jardim polar
Das neves nupciais de virtudes desfalecidas
Como naves de nevoas que flutuam nas montanhas
O celeiro de sentimentos está vazio

Na beira do caminho dos ventos ele clama
Com os lábios trêmulos, lamenta tão rudes friezas
E que buscando nos palácios não encontrou virtudes
Na própria humildade de ser achou todas riquezas


Clavio J. Jacinto

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Funerais Noturnos





Calei-me perante o fim do dia
Como as nuvens que escondem o sol
A noite esconde a luz do amanhecer
A madrugada é guardião do extremo silencio
As estrelas se misturam como orvalho
Por trás das flâmulas noturnas
Escondem-se o colorido da natureza
De um casebre, tapera envolta em (ais)
Pude ver crianças infelizes
Pela janela, vi uma luz acesa
O cheiro da noite molhada em sereno
Soluços de carpideiras e outros seres funerais
Um morto jazia entre as velas acesas
Quebrou-se o vítreo espetáculo nupcial
Mais um homem sem alma (jaz)
Entre as paredes das lamentações mais escuras
Outra alma foi embora
Deixando em alguns rastros memoriais
Pois outrora em pungentes aflições vivia
Mas agora no leito de palha e flores
Dorme em paz


Clavio J. Jacinto

Campos de Inverno


Campos de Inverno

Os Campos estão cheios de geada e os ventos tocam nas folhas das arvores
Bucólico dia de inverno, estação dos regatos entorpecidos pelo hálito polar
Como ficam os aromas órficos dessa musica de saudosa lembrança?
Nada além das pradarias e flores que secaram o horizonte da tarde

Num ordinário silencio que se quebra num momento acomodado
As colinas estão brancas de um néctar e faces endurecidas de torpor
As pedras cheias de musgos, são repousos de libélulas e vendavais
Num tácito monte onde as rosas se refazem entre abismos colossais

Haverá para essa saudade que atormenta e é tão pungente?
Pois não se semeia mais as matizes de um por de sol e nascentes
As águas das lagrimas fluem de um rosto rústico e comovente
Para atenuar mais ainda os cântaros de anseios quebrados

De certa forma, que se acenda o fogo, luminária que aquece
Pois do frio vento, o norte em ecos que me estremece
Vai minhas palavras como mendigos, uma alma esfarrapada
Por sendas sem samaritanos e sacerdotes na via congelada

Desperta a sombra do calabouço de todos os tormentos
Porque da flora colorida meu apego é bem mais que afinidades
Das represas dos gritos e lamurias que desabam no momento
Fujo pra outra estão, outono de minha felicidade.


Clavio J. Jacinto

Clamor dos Sonhos


Quando em voz pungente minha alma clamar
Por doçuras que do outono fluírem
Estarei eu nas margens de meus sonhos
Buscarei  o amor para firmar meus anseios

Quando desse épico caminho da vida vier
As tristes calmas de uma tempestade falida
Verei entre as montanhas o arco-iris
O deslize do véu colorido da minha vida

Há nos jardins esse tom amarelo de girassóis
Pequenos ramos de acácias em tardes douradas
Pois que e a vida treme nos brancos lençóis
Das nuvens puras que velam o percurso da estrada

Assim que desperta esse lindo sonho orquestrado
Pois no leito da noite, naufrago em pensamentos
Que depois  de viver a rotina em perpétuos ciclos
Meu coração retumba em vislumbres de cada momento


Clavio J. Jacinto

terça-feira, 4 de junho de 2019

Azul Imaginário




 Escorregam as nuvens nesse azul celestial
Nesse oceano cósmico de chuvas torrenciais
Parque aquático onde inundam minhas lagrimas
Jardim de trovões e palco de relâmpagos

Eu choro na agonia desse amor
Nas brechas do vazamento dessas tristezas
Cisternas de tantos lutos e campo de tantas lutas
Beco que esconde o véu dos desanimados

A vida passa como um pássaro livre
Dançando nos grilhões do tempo escorregadio
As vezes ouço as desconsolações dos dias passados
Mas fico atento, porque a esperança não deve morrer



Clavio J. Jacinto

Humano






Foi naquela tarde de céu azul
No tempo que os sonhos eram tranqüilos
As nuvens vinham correndo do norte
As folhas dançavam com a poeira da estrada

Entre as montanhas e o verde da mata
Vi a minha alma escondida nas flores tímidas
Aquelas que  vivem a beira das trilhas
Pintadas pela arte do destino de nossa vida

Encontrei teus olhos nesse limiar da tarde
Antes que as  chuvas chegassem com furor
Para regar a relva pisada por meus pés feridos
No beco onde a porta se abre á noite

Não irei morrer de frio hoje
Teu respirar me aquecerá na tempestade
Pois se me aceitas como sulco de estações
Permitirei que a minha esperança seja repartida

Então seremos um só ser vivendo
Entre seixos de córregos e a simples perenidade
Deixarem de ser nesse caminho, um só homem
E juntos, eu contigo me chamarei humanidade.


Clavio J. Jacinto


Farpas e Espinhos





Sou sombra do meu gemido
Alegrias farpadas em logradouros de tristezas
A real fantasia de primaveras
As mais belas flores desabrocham na tristeza

Sou gemido nessa sombra escarpada
Nas encostas do destino que conduz
A simbiose das estrelas na noite congelada
Pois das densas trevas, as estrelas doam luz

Quanto mais lamento, mais despedaço corações
Quanto mais choro menos ainda irei cantarolar
É melhor seguir em preces sinfônicas nas aflições
Pois nos espinhos o coração não encontra um lar

Quem me dera sublime ser o espetáculo da aurora
Quando nas entranhas a luz expulsa a noite fria
Pois em glorias luminárias, raios a mandam embora
De clamores vagos, enche a sebe flora de alegria

Sou sombra e gemido da solidão vazia
Ermo que atenua a lapide onde uma dor jaz
Pois depois de morrer as primeiras aflições
A vida dá tantas outras, pra sofrer ainda mais

Mas no encalço de tantas frações falecidas no amor
O fogo purifica a esperança em dissabores
Porque do forno da vida todas mascaras se destroem
Na nossa alma desabrocha eterna flores

Para tantas farpas que na vida caíram ao lado
O gotejar das lagrimas e nós embalsamadas
Percebemos que nosso coração estava sendo lapidado
E nossas lagrimas em perfumes destiladas.

Clavio J. Jacinto