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segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Lacrimas de chacais




A primavera chegou bem mais cedo
Libera-me das vaidades, o vento, o medo
Que penúrias das incertezas, o niilismo
Nas praias desse pomar de pouco otimismo
Onde Camus chorou as amarguras com chacais
Nem Nietzche conseguiu encontrar a santa paz
Mas  quebrou-se o cântaro das incertezas
Como nevasca das estepes, a flâmula da destreza
Como choro a dor e ainda querer mais
Nas agridoces venturas infantes com meus pais
As lagrimas tecem as vestes da existência
Mesmo penando a alma ganha consistência
Quem me dera esconder o uivo entre as penhas
Onde os chacais choram e o canário desdenha
Nas angustias de um laço que aperta até o profundo
Entra as origens longínquas e o fim do mundo
Sou filho do ermo entre tantas nuvens morrendo
Nos choros da chuva, fluxos ao rio fornecendo
Ate que beije os limos das pedras ao escorregar
Descendo como naus ás profundezas do mar
Entre as parábolas, máximas e aforismos
Deixe-me fora desse triste abismo
Porque nas épicas constelações mais brilhantes
Meu coração elevou-se para viver o eterno instante.

 Clavio J. Jacinto

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