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sábado, 29 de fevereiro de 2020

Torturado





Não deixaram minhas lagrimas peregrinas
Nas searas coaguladas de plácidas tardes
Cada grão de amargura de meus açoites
Guardarei nos porões frios da minha vontade

Suspirando tanta saudade de meus amores
Quando a cruel vida retalha nossas emoções
Das feridas que desabam desses  pormenores
Pesa o chumbo vaporoso desses grilhões

Ah! Cancioneiros de secas antiguidades
Tácito que clama na veloz verdade
As setas do tempo sem alvo me atingem

Quais cordas dessas frugais atrocidades
O meu coração todo partido de tais saudades
As dores da alma que sempre me atormentam


CLAVIO J. JACINTO

Caótico





Quisera eu clamasse em rogos de rosas
Os triunfos de meus conflitos interiores
Nos calmos ventos de fendas sulfurosas
Das medonhas sombras de tais horrores

Que dentro de mim esses labores horrendos
Conspiram contra a minha pobre integridade
Pois da trágica morte em mim havendo
Ruínas suspiram por trás de mortandades

As vias do sangue de meus pavores
Consomem as forças de minhas grandes dores
Na ânsia nobre da ultima respiração

No caos rústico que invertem as vivas cores
No ente que passa em mais ferozes temores
Que minha esperança não se faça toda em vão


Clavio J. Jacinto

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Ilhas do Outono




Um brado bravo ouve nesta primavera
O cálice de perfumes êxtase que se quebra
Inebriante aromas de arroios  brandos
Incólumes brisas na suavidade da vida

Nas quimeras do labor fausto a insígnia
Dos bravos mais intrépidos clamores a insônia
Desfechos dos frutos da real frugalidade
A quebra dos vitrais azuis de meus sonhos

Capins rasteiros cidreiras e salgueiros
Os vastos campos desses verdes mares
Das laranjas e cerejas em tais pomares

Cada doce flor desse nobre pessegueiro
Que espalha o pólen e liberta as vivas cores
Desde sentinela do Sul até o confim dos açores

Clavio J. Jacinto

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Vias Nostálgicas




 Olhos para meus áridos olhos
Campos vastos de intranqüilidades mal feitas
Dentro de mim um naufrágio louco
Nesses oceanos ácidos de desejos inférteis
Poderia cantar meus semblantes para a loucura
Um abraço fatal no destino farpado
Intrépidos clamores destilados em sarcasmos
Quando na face enrugada verte os pesames sorrisos
Mas jamais de detive nesta odisséia pessoal
As árvores mais frondosas e as humildes
Foram as multidões de meus vaidosos aplausos
Estendi a mão para socorrer os fracos
Muitos deles eram fortes e levantaram punhais
Percorri estradas distantes e tremulas
Cansado estou das vias de minhas angústias
Mas deveras fosse eu mesmo um rio de otimismo
Pois da serenidade de cada novo dia
Como as flores menores que desabrocha
Também a minha vida floresce novamente
Para adiantar um pouco mais
O adeus que daria ao mundo ingrato.

Clavio J. Jacinto


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Brisa da véspera


Brisa da véspera

O vento entra pela janela aberta
Escreve uma canção na cortina amarela
Deixando a véspera tão mais perfumada
Vulto de letras em frases tão belas

Abro a pagina da cortina que flutua
Leio as pétalas desse orvalho de amor
Uma história que a noite escreve na rua
Dentro de mim o sopro desse  labor

Trago essências do vento noturno
O jardim da alma que em tarde adormece
No limite desse firme aconchego, leio
Das estrelas noturnas que me aquecem;

“Fujo da melancolia, dessa ansiedade do amanhã. As raízes  precisam mergulhar no agora, porque é nesse sulco que germina a alegria de viver”



CLAVIO J. JACINTO

Vaidade das Vaidades




Vaidade das Vaidades, Tudo é Vaidade

I
Rios e mares em seus poentes (frios)
Porto das campinas areias de âncoras
Livros rasgados e eucaliptos perfumados
O dilúvio e a arca dos choros (ambulantes)
II
Pedras e lírios cantos e gritos
Poetas insólitos e fatos de outros (mitos)
Noivas sem bodas dançam nos pálidos prados
Lâmpadas de fogo e fios de sedas douradas
III
Na dormência de minha saudosa saudade
Um latido de cão me desperta das nuvens
Ambulatório de meus sonhos (feridos)
Flores do Cáucaso e os lírios de Solferino
IV
Pobre de mim nesse conflito pitoresco
Nas lutas braçais contra as névoas (sádicas)
Refugio etéreo de meus afrescos rabiscados
Arte pálida que trancafiou meus sorrisos alados
V
Fonte das sedentas ervas do Cáspio (tórrido)
Onde navega o eu da minha íntima imaginação
As núpcias de meu passado apenas singelas ânsias
Transbordam nesses cálices eternos de faz de conta

(Clavio J. Jacinto)

Sonhos Fractais




Quis eu outrora subir a tal cume
Nas imaginarias forças épicas de emanações
Com mil sonhos carcomidos  ao lume
A alma sagaz vaga em muitas direções

Vagando em umbrais de universos poéticos
Nas entranhas paralelas do portal micro atômico
Etéreos sândalos de mistérios histéricos
Nas noites de assombros sem cores daltônicos

Pudera viver na tensa liberdade forte
Que transcende nos limiares o beijo frio da morte
Nas nuvens e suas crateras de ferimentos
Cruzando as margens ascéticas do poente hermético

Quais astros em arados de laminas cortantes
Num breve tormento de todo o instante
Nesses ásperos aspectos de sonhos insanos
Lembrei-me que sou apenas mortal humano.


CLAVIO J. JACINTO

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

PIEDADE






Passei a minha toda escrevendo tantas coisas
Queria que elas fossem dadas de graça
Da mesma maneira que as estrelas brilham
Ou quem sabe como as flores do campo
Flores e estrelas doam beleza sem cobrar nada
Estrelas brilham onde foram colocadas
Flores desabrocham ali  nos cantos dos campos   
Sei que pouca gente gostou de me ouvir
A maioria nem sequer sabe que existo
As vezes uma pequena flor jamais foi vista por alguém
As estrelas mais simples brilham escondidas
Em um canto do norte do céu
Um dia irei embora
No silencio da eternidade eu cantarei
Minha canção será a gratidão por ter passado por aqui
E se hoje as torrentes da vida fluem
Amanhã, no ermo, elas suplicarão
Porém já não estarei mais aqui para chorar convosco.


CLAVIO J. JACINTO

Sequestro





As nuvens seqüestraram meus tesouros perpétuos
Esse oceano de lagrimas na distopia de relógios
Mananciais de sonhos sonâmbulos quebrados
Eflúvios da eternidade totalmente derramada

Eu pobre personagem desses postulados
Recolho fragmentos desses pergaminhos infinitos
Engulo aos poucos essas frações do tempo
Para alimentar o fiel desejo de viver pra sempre



CLAVIO J. JACINTO

(U)NIVERSO






Há um universo dentro da minha alma
Um silêncio que acalma meus sonhos
Tonalidades de brilhos que contrastam
Com minha escuridão
Nessa imensidão cósmica
Em dizeres astronômicos escrevo
O nome das estrelas
Cada uma dessas estradas dentro de mim
Esperança, fé, amor, paciência, longanimidade perdão...
...Infinitas constelações...




CLAVIO J JACINTO

Pôr das Flores




Amanheceu em meu jardim fluorescente
Lindo dia de primavera
Uma flor dançava ao nascer do dia
Irradiava cores ao campo
Lagrimas de perfumes sobre a terra
O choro puro verte da felicidade
O imaculado vem de cada tristeza
Rosado é o céu berçário de nuvens
Arroios de aromas em plácidos campos
Borboletas agitadas ao vento norte
Da tarde corre o relâmpago que troveja
O despertar de um susto adormecido
Matizes das cores que fugiram
O escuro limite pós-tarde
Breu colérico da taciturnidade
A alma da minha noite
A madrugada

Clavio J. Jacinto  

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

A FOME DA ESPERANÇA




As nuvens seqüestraram meus tesouros perpétuos
Esse oceano de lágrimas na distopia de relógios
Mananciais de sonhos sonâmbulos quebrados
Eflúvios da eternidade totalmente derramada

Eu pobre personagem desses postulados
A recolher fragmentos desses pergaminhos infinitos
Engulo aos poucos essas frações do tempo
Para alimentar o fiel desejo de viver pra sempre

CLAVIO J. JACINTO

Postuma Saudade






Passei a minha toda escrevendo tantas coisas
Queria que elas fossem dadas de graça
Da mesma maneira que as estrelas brilham
Ou quem sabe como as flores do campo
Flores e estrelas doam beleza sem cobrar nada
Estrelas brilham onde foram colocadas
Flores desabrocham ali  nos cantos dos campos   
Sei que pouca gente gostou de me ouvir
A maioria nem sequer sabe que existo
As vezes uma pequena flor jamais foi vista por alguém
As estrelas mais simples brilham escondidas
Em um canto do norte do céu
Um dia irei embora
No silencio da eternidade eu cantarei
Minha canção será a gratidão por ter passado por aqui
E se hoje as torrentes da vida fluem
Amanhã, no ermo, elas suplicarão
Porém já não estarei mais aqui para chorar convosco.


CLAVIO J. JACINTO




sábado, 8 de fevereiro de 2020

Janelas do Coração





(Abre as janelas do coração
Deixe a esperança entrar dentro dele
Pois tambem não haverá desabrochar de rosas
Se tão somente aprisionarmos para sempre o frio de todas as tristezas)


C. J. Jacinto

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

EGO CIVIL


EGO CIVIL
I
Pensamentos bárbaros ferem minha alma
Guerra que massacra meu coração
Os conflitos atômicos instintos interiores
Atroz agonia dessa pérfida rebelião
II
O massacre crasso de desejos ímpios
A tenacidade dessas convulsões frias
Quebram as frágeis faces de meus disfarces
Maquiagens frugais dessa minha antimonia
III
Ai de mim nesse jugo vil pesado
Minha alma ferida nesse caos minado
Que se abre em violentas explosões
IV
Das cinzas dos combates mais mortais
Seja o óbito súbito que em meu silencio jaz
Livra-me oh Deus! Dessas bélicas ilusões

(Clavio J. Jacinto)

Alarido




O vento carrega as nuvens paras os montes
Nevoas que escorrem pela relva da noite
Realce do mistério do amanhecer do cais
Como fugas de tentáculos de severas saudades
 Que apertam a alma na agonia
Até que caia sem vida nessa lapide fria

Os pássaros cantos e me dá outros calafrios
Como nas vésperas de ano velho, depois que passam
Nas caladas do tempo que se quebram na praia da vida
Quais vias de rostos enrugados, leitos das lágrimas
Que apertam o coração nessa lapide fria
Até que caiam sombras das lembranças de tal agonia

Quando os póstumos círculos desse vicio se quebra
Num retumbante sopro do coração cansado
Quando as lamentações empoçam na rua solitária
Nas calamidades de todos os faustos desejos
Redobro meus colossais gritos de vozes na lamuria
Para fazer ressoar do peito a frieza dessas carpiduras.

 CLAVIO J. JACINTO


Áurea Flama






Solitário desce aos confins do mundo
Num candeeiro a flama das palavras
Nos sofridos passos do martírio ambulante
Numa voz tremula no verniz da angustia

Não cedem as dores da feroz solidão
Na intrépida sombra do salgueiro
Áurea luz de candeias que queimam
Alumiando a face robusta do pio profeta

Sacode o  mundo inteiro a súbita sentença
Nas recamaras secretas da transcendência
O fio que tece o conflito contumaz

Nesse tênue alvoroço todas as desavenças
Nem sequer a plebe ruidosa mais pensa
Dos corações contritos das almas temporais.





Clavio J. Jacinto

ECO PROFUNDO





I
Em sombras repousava minha vida
Caminhos escuros em sequidão
Intrépido colosso de minhas incertezas
Atrozes agruras de meus tormentos
Fantasias indomáveis de meu ego
Trucidavam as seqüências de meus desatinos
Nas conchas praianas de meus medos
Nos tenebrosos lutos do destino
III
Diante das nodoas de meus casulos
Esconderijo frio de minhas pobres conjecturas
Sopro a vácuo de meus anseios
Mágica falida de meus pesadelos
Fantasias indomáveis de meu ego
Nas marchas de partilhas alegóricas
Todos os espinhos nus de meus temores
A rua da vida mais fantasmagórica
O atol de mares bravos de meus clamores
III
Céus! Oh céus! Acordem aos meus brados
Aços de grilhões frios prendem a alma
Tumbas de pedras açoitam o meu coração
Estou atormentado nessas encruzilhadas
Fantasias indomáveis de meu ego
Teus raios puros rutilem em meus choros
Que a mão bendita do socorro me acolha
Pois da baixa terra vã tanto mais imploro
E em ti Espero Altíssimo, Tu és minha escolha

(Clavio J. Jacinto)