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sexta-feira, 29 de maio de 2020

Pobre alma

 És pobre minha alma
Mas encontras riquezas em Cristo
É escuro teus olhos
Mas encontras luz em Cristo
És mortal pobre homem
Mas encontras vida eterna em Cristo
Do labirinto há uma saída para o alto
Lugar de onde veio redenção
Quando todas as coisas ruírem
Quando os tormentos fluirem
Quando o cosmos em cinzas se tornar
Haverá uma só esperança á sustentar
E ela está somente em Cristo
Estás cansada pobre alma?
Descansa sempre  nEle

C. J. Jacinto.

Laços de Ternura


Laços de Ternura


Estive eu preso em laços de sonhos
Por onde andei cultivei ternura
As tristezas regaram toda a esperança
O céu régio me respondeu com chuvas

Quais as petúnias e o aroma dos pêssegos
Flores de cerejeiras que me inspiraram a viver
Pusilânime marcha ao cume do amor
Para que todos olhassem minhas chagas

Recolhi as folhas do outono perene
A relva molhada com suspiros amenos
Já está meu passado aprisco de lamentos
E eu quero apenas ser um homem pequeno


 CLAVIO J. JACINTO









Infinite Dreams (Sonhos Infinitos)


Infinite Dreams (Sonhos Infinitos)

Mergulhei o coração aos gritos nos mares
Átrios perenes de vassalos brados  de cárceres
Angustias pairam nas ondas dos íntimos vendavais
Meus pêsames que mais aludem nesse duro cais

Quais brandos vôos no fundo do mar vazio
Nas poeiras que descansam nas profundezas
Onde meu coração uníssono reclama de dores
Nos arroios de tempestades do arco das cores

A estampa fria desse rosto de cerâmica torcida
Como árvore de cume que se retorce aos furacões
Quando no fundo desse mundo de águas revoltas
Lapida as intempéries as crostas e os cascões

Dos mil corsários com espadas de aço viscoso
Como as nebulosas de um universo causticante
Eu arremesso as minhas angústias no chão náufrago
Nas brechas das carnes do coração ferido no instante

Dessa polpa de lagrimas do choro que se rebela
Das póstumas cicatrizes que nas plagas finda
Ressurgiu do fundo desse cofre de infortúnios, quão bela
Revestindo o coração  uma pérola mais linda

CLAVIO J. JACINTO

segunda-feira, 25 de maio de 2020

INFANCIA MILITANTE





Foi à vida com ternura
A Infância que jaz no passado
Na militância dos meus sonhos
Entre tantos vendavais sossegados
Hálito das Montanhas torturadas
Por sopros ácidos de tempestades
As arvores sobreviventes dos tormentos
Serão fundos de Naus corajosas
Que confrontam ondas encapeladas
Que resistem tais fraturas
Ah! Volto ao assunto...
...A minha infância jaz em serenidade
No tumulo insólito da saudade.



C. J. Jacinto

PRISÕES


A vaidade é uma prisão
Que prende o coração com ferro frio
Grilhões
Ferrolhos de ilusões
Algemas de paixões
Fios de aço que arrastam a dor que emana
Tintura de todas as agonias
A tinta que escreve a história
Da raça humana


C. J. JACINTO

A NOITE ESCURA



A noite em profundo sono
Tão dormente escura
Esconderijo do medo e assombro
Desterro da ternura
Prisões de todos escombros
Ela tem um caminho misterioso
Desata o enigma das sombras
Um trajeto penoso
Insisto e prossigo sem perder
A noite escura sem ternura
Prossigo do profundo sono
Desperto
Amanhecer....



Clavio J. Jacinto

sábado, 23 de maio de 2020

RESSURREIÇÃO DAS FLORES

RESSURREIÇÃO DAS FLORES

Carcaças vegetais adormecidas
Na aridez de ramos secos e espinhosos
Pontas de dardos cortantes
Enfeites de coroas de vergonha
Laminas que devoram a carne frágil
A sequidão de uma visão inóspita
E a chuva cai em tormentos de choros celestes
Irrigando os campos e campinas agrestes
Nos charcos de lama da terra morta
As águas dantescas em arroios de terracota
O barro humano suspira o frescor
E a primavera quebra os grilhões
Nesses vendavais de inverno e turbulências
O espinheiro oferece a beleza das rosas
E eu pobre mendigo dos olhos
Aprendi a não julgar espinhos pelas aparências

(Clavio J. Jacinto)

Conspiração da Alma



Ouço o grito puro nos decréscimos da decência
A extremidade do silêncio em todas as ausências
Quem me dera ser fugitivo dessa assombração
Navegaria no mar infuso dos batismos  das tempestades
Para encontrar distante, o porto desses perfumes

Quais libélulas douradas em recintos de primaveras
Nas naus de meu espírito inquieto e trovejante
Nas angustias pálidas que congelam a minha mente
Na polaridade de todos os sonhos inválidos na demência
O terraço que serpenteia atroz meu desespero

Gritaria as sombras permissivas na alva  plácida
Como relvas de prados que assolam as tardes
Meu Deus! É forte o odor desses gritos mais frugais
Que nas consolidações de meus medos maiores
Mergulham nos ventos charcos de temporais

Nos códices de meus prantos foi escrito
Um alaúde de lembranças do que teria outrora sido
E agora mesmo nessa ânsia do que já não  sou
Apenas descansa o velho homem nesse jazigo
Pois o novo que ressurgiu toca  as flores do Éden antigo



quinta-feira, 21 de maio de 2020

Coletanea de Frases
















A Glória da Imortalidade do Amor



A Glória da Imortalidade do Amor

No claustro de teu olhar eu vejo um grito
Um caos de lagrimas perdidas que ferem
Clamores flutuantes num universo de sorrisos
Gritos sufocado num infinito de sonhos

As prisões dos sentimentos nos libertam da terra
Duas almas se unem para formar o cosmos
Na imensidão de tantos beijos nascem estrelas
No depósito dos abraços nascem outros princípios

Os bramidos desses mares de declarações fortes
Impérios de muros que nos libertam da morte
Que gladiam contra a infausta fatalidade
Até que o amor germine fecundo na imortalidade

E dessa glória do coração que emerge em lirios
Nas canções elevadas que perfumam as harpas
Nasce o sol de toda a esperança logo a nossa frente
Apenas esperando que o amor germine para sempre


CLAVIO J. JACINTO

LABOR DE UM ULTIMO SUSPIRO




Ceifado está meu coração jaz em flores
Nostálgico no néctar das borboletas sonolentas

Como alma sólida desprendida dos orvalhos
Náufraga na relva do chão da minha vida

É melhor a solidão com pensamentos fecundos
Do que a multidão das imaginações estéreis

O olhar que contempla a estrela da manhã
É mais profundo do que os olhos da escuridão

É melhor descansar no jazigo de meus sonhos
Do que na agonia das tempestades de meus desejos...




CLAVIO J. JACINTO

quarta-feira, 13 de maio de 2020

MARCHA SANGRENTA




Quando caem as folhas no começo do inverno
Como asas partidas da estação que voa embora
Nos jardins desfloram rosas que choram orvalhos
Nos prados choram lírios que desbotam ventos

Quais chagas enlutadas de dores fecundas
Que frutificam amargas gotas de suores trópicos
Nas férteis plagas desses dilúvios de dores
A alma flutua nas turbulências desse caos

As torrentes de essências jorram aromas
Os olhos lacrimais dessa noite de lua acesa
Nos lagos estão atados as fabulas de tais poemas
A vida segue rente ao plácido dilema

Quando imprime o selo dessas ventanias
No chão desse coração cárcere tão frio
Ai de mim que me arrasto nessas celas vazias
Onde os vasos são sepulturas de flores

Toda a erva que rasteja na face da terra
Canta celebre ao tom de minhas amarguras
Para que irrigue o baldio de meus pensamentos
Para tentar germinar toda esperança

E eu dando as mãos a todos sofredores
Faço junção ao grito de todas as calamidades
Na certeza de consolo a todas nossas dores
Descanso na promessa das sublimes verdades

E sendo agora um dentro dessa multidão
Desses que gemem no cume de tantas agonias
Buscando sorver da graça dentro do coração
Ressurgindo forte dessa estação morta e fria

Marchando dentro desses fortes vendavais
Uma lâmpada vital em tão densa escuridão
Fortalecendo a alma toda ainda mais
Crendo firme que a fé jamais será em vão

MAR PERENE




Das montanhas distantes um porto perene
Singrando navios de sonhos incendiados
Imaginárias naus de toda infância inocente
Numa constelação profunda de todos os sorrisos

Quando o porto do norte descansa nas nuvens
Almas da madrugada revestidas de arroios
Aquele repouso de todos os orvalhos em pétalas
Nos faróis de uma cadente estrela aos olhos

A boreal  aurora de meus olhos brilhando
Ao ver fecunda luz dos espaços no infinito
Que reluzem em glórias refulgentes na geada
Sobre as flores das laranjeiras silenciosas

Que doce é a vida! Numa infância alada
A alma nostálgica com seus fardos de saudade
Coração tristonho orbitando bolinhas de gude
Lábios puros beijando amoras silvestres

Ao despertar do sonhar tão acordado
Olhando pra minha solidão infausta e sagaz
Relembro os tempos épicos de meu passado
Inconformado, lamento, não voltam mais.


(Clavio Juvenal Jacinto)

sábado, 2 de maio de 2020

CANÇÕES DE UMA VITAL AGONIA







I
Sob O Sol régio dos áridos descampados
Onde jaz agonizando a minha alma tardia
Amálgama de névoas e sombras da noite fria
Meu cimo pálido de ventos frontais
Assola minhas inquietações ainda mais
II
Não quero ouvir essas ilusórias vozes órficas
Nem me ater aos sonhos dos maribus
Pois vejo na sacra vinha o sangue mais vivo
Mesmo que esteja no fundo naufrago da vida
As vozes cálidas dessas tempestades caídas
III
E eu no mundo dos elos perdidos faciais
Onde jaz pérfida a razão dos pragmáticos
Jazigo de sonhos que prendem todas fragrâncias
Fugidia alvorada de toda minha obscuridade
A burla eloqüente dessa vã sociedade
IV
As quimeras de todas minhas respirações
Fogo que devora o codex do pacto quebrado
O que me assusta nesse nostálgico momento
é que a graça divina me atinge por dentro
Em feridas e brechas de meus arrependimentos


Clavio J. Jacinto

Reflexões Para a Vida