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terça-feira, 26 de março de 2019

Tempestade de Lagrimas


Que a vida é doce e tão misteriosa,  quanto o amargo da dor que nos surpreende, não tenho duvidas.

Depois das frações de um sorriso, as sementes das lagrimas, violam aquele silencio do pó que sustenta a vitalidade das flores

Tão mais penetrante é o fio da espada do sofrimento, e a alma ainda assim, sobrevive a todos os naufrágios do desespero.

Primeiro: há uma sinfonia de gritos, e só então a harpa dos nossos lábios libera as canções de assustar.

Por ultimo: É uma canção de protestos, um som que desaba como tempestades de verão, que fere a relva e deixa o mundo sem se despedir

Ah,  vida!  Em teus córregos, as chuvas  ferem o campo, mas tudo enfim se reduz a uma tempestade de lagrimas.


C. J. Jacinto

segunda-feira, 25 de março de 2019

Pulsar dos Anseios


O tempo me dá um pedaço de doce silencio, um fio infinito da ausência das vozes horríveis, as palavras invisíveis, flutuam na pagina em branco do espaço eterno de minhas crenças

Nas entranhas da minha mente, frações do nada, todos percebem repouso, uma vereda de relvas transborda entre o universo paralelo e a meu batimento cardíaco

Um florescer de luz, um desabrochar de inspiração, quais centros que se erguem na flora das campinas dessa imaginação, e então eu lapido em gritos, a vida, de acordo com os sonhos.


Clavio J. Jacinto

sexta-feira, 22 de março de 2019

Pó e Estrela

Depois que desisti do leme
Minha alma saiu sem destino entre as nuvens
Lá nas alturas encontrei dentro de mim
Aquelas chamas douradas de um eterno amor
Como as feridas estava saradas
Nas orlas do amanhecer, sonhei a esperança
Pintei de felicidade as estrelas, eu estava distante
Passei pelo mundo, e nem sequer fui percebido
Para depois da morte ser estrela
E ser visto por todo o mundo...


Clavio J. Jacinto

Cordas de Lamentos


Vi minhas lagrimas no espelho da vida, nuvens de eternas montanhas, floridas de tantas saudades passageiras, jardim de meus consolos e sorrisos. Ah meu Deus, a vida pegou carona com os relâmpagos!

Fui arrastado por gemidos do meu coração, as ancoras dessa alma naufragada nos esquecimentos de minhas ternuras, nessas feridas untadas pelo orvalho polvilhado na face de minhas agonias.

Nos sonhos pintei as cores de um arco-íris noturno, chuvas desses  lamentos que das nevoas de meus gritos, sucumbe meu coração, flutuando nos perfumes dessa primavera  de pétalas machucadas.

Sei que dos montes dessas andanças solitárias, cruzei o limiar de todas as letras, para escrever meus sentimentos, mas na solidão da alma, pousei na relva, para tornar-me réu, prisão perpetua; diante de vossos  olhos...

Clavio J. Jacinto

sábado, 16 de março de 2019

Fogo em Roma




Arde a pedra e a arca e harpa
O ataúde e o pó da avareza e a loucura
Arde o véu do choro e as viúvas
O berço das fumaças e as lamparinas

Arde o escuro da noite, as mãos da mó
Crepitar das almas e tantos risos profanos
Arde a argila, o barro e betume, a pústula
O ciúme, a palha, as cinzas das dores

Roma arde em fogo, à palha do beco
Que mata o monturo e aniquila os telhados
O vento canta sinistro, pras chamas  dançarem
Nero recita a loucura e sorri contemplando

A cidade ardida, as ruas caídas
O fogo que devora a fome impiedosa
As libélulas fogem, as sombras se escondem
Roma ruindo e o fogo rugindo sem dó

As ceias sem pães e os jardins sem rosas
Crianças silenciosas e pássaros queimados
Roma que crepita nos sete montes da tragédia
Adormece no espanto do berço da insanidade



 Clavio J. Jacinto

sexta-feira, 1 de março de 2019

Grata Noite e Preces




Nas pálidas paredes do muro de minha vida
Vou escrevendo meus sentimentos mais errantes
Como se os dias fossem feitos de papel velho
E a vida fosse feita de tantas letras douradas

As palavras pregadas nesses confins de horizontes
Como luzes da aurora em nuvens  descarriladas
Os labores dos contos da minha jornada nobre
Registros das epopéias de minhas caminhadas

Apenas eu e Deus,  nesse  vale atravessando,
Colhendo as rosas que a vida perene me tece
Na pressa de ver as lembranças  tão boas voando
No fim da noite  esqueço, é inicio da grata prece



Clavio J. Jacinto