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quinta-feira, 29 de março de 2018

Peregrino Descalço

Peregrino Descalço

Sou peregrino torturado
Meu próprio eu me escraviza
Exige de mim mesmo culto
Aplausos quer de minha alma
Adoração do meu pobre coração
Oh! meu Deus!
Quem me livra dessa condenação?

Sou ferido pelo meu ego
Cargas e tributos dos meus pecados
Algemas de ferro de um rebeliado
Dessa dor tão amarga sensação
O ego exige de mim a devoção
Oh Santo e Misericordioso!
Livra-me dessa perdição

Sou forasteiro ferido
Fendas e rachaduras interiores
Esses pecados do ego causam dores
Do antigo Adão veio essa contaminação
A voraz fome do ego ser adorado
Deixa-me sequioso fraco e torturado
Livra-me Senhor dessa danação!

No horizonte da graça encontro a cruz
Nela penduraram um tal Cristo Jesus
Descobri: é o Santo Salvador
Nesse brilho esperança e esplendor
Ouviu na cruz e respondeu na ressurreição
Meu grito agonizante por libertação
Meu ego perfurado em Suas mãos

Estou liberto dessa mortalha
Desse ego orgulhoso feito de pó e palha
Em Cristo Jesus sou morto e renascido
Ao Senhor louvo por tal libertação
Encontrei na morte de Cristo a salvação
Pelos pregos cravados em suas mãos
Dos meus pecados a completa expiação

Agora em santa e preciosa paz
Ainda grito na alma livre:
Oh meu Senhor: Não me abandone 
Jamais...

(Clavio J. Jacinto)



quarta-feira, 28 de março de 2018

Portos Pascais



PORTO PASCAIS
(I)
Palácios de mármores acariciam o frio
As revoadas de pássaros em suma de nuvens
Letras descalças nesses lamaçais lacrimejantes
E eu apenas desapego-me de um mundo surreal
(II)
Ouço a agonia do amor na bigorna da vida
Martelos infiéis sucateiam as virtudes
Num estranho sulco de egos distorcidos
Prisioneiros  arrepiantes do paranormal
(III)
Corro desse seculo onde as mãos de sombras
Tornam-se elos de uma corrente pesada
Elas prendem a razão dos outros imemoriais
Mas da janela das flores ouço o ruido das chuvas
(IV)
Ações libertarias acendem meu coração aceso
Uma estrela vespertina ilumina meu estrado
Os dardos de gelo não alcançam meu medo
Então tenho coragem de olhar pro novo céu
(V)
Ouçam: maltrapilhas almas desse mundo
Quem dera-me tirar-vos desse frio mortuario
Mas na praia dessas redenções busco minha nau
Se quiserem, embarquem comigo ao infinito
(VI)
Pois no porto das estações pascais, eu busco
Em tempéries ventanias dos halitos vitais
Já ouço a canção das harpas e fios do infinito
Chegarei lá, porque as mãos divinas me empurram... 

(Clavio J. Jacinto)



INVERNO DE NOSSAS ETERNIDADES




Andarei entre os sorrisos do dia
Como as nascentes das estrelas em espetáculo
As flores cantam canções silenciosas
Porque algumas musicas
Só o coração pode ouvir
Assim como a face pintada por um sorriso
Mostra aromas infantis de felicidades
Também ouço na orla das estrelas
Bendita vozes do esplendor
(Uma canção divina)
Se a relva dança com a brisa da noite
Minha alma se apega ao espetáculo
O coração precisa enxergar o belo
Para não perder-se entre as sombras
Do cotidiano
Eu bem sei que viver é construir
Escadas que tocam as luzes da estrela polar
Mesmo que em imaginarias sendas
O pensamento desliza por sonhos épicos
(Como perolas em praias de cristais)
Eu sou guardião dessas cenas de amor
Um século e nossos corações se dilaceram
Deixando pra trás um rastro de fogo
Como se todas as inspirações que tivéssemos
Fossem lâmpadas incandescentes
Quem iluminaram o inverno de todas as nossas
Eternidades....(Clavio J. Jacinto)

terça-feira, 27 de março de 2018

CIRCUITO


Gira em ventos e voos
Num insólito esotérico (pleroma)
Gira gira e não se cansa
Moinhos de êxtases na dança 
Gira em volta de si mesmo
Como se fosse degraus celestes
Um toque do mistério volátil
Força terrestre
Estável entre  as faias
As sequencias das palhas
Gira e cai, como geada
Floco de gelo e nevada
Cai e nesse enigma
Eu corro medroso e assustado
Nas ondas dos mares
No subúrbio dos altares
Pois lá onde o mundo também gira
Não fixo sem sentido
Do centro do universo
Do trovão da tarde
O estampido
Acordo e nada mais gira
A não ser meus os átomos...

Clavio J Jacinto

Sistema



Sistema

Corre o pensamento em busca de abrigo
Longe dos fogos de artificio dessa geração
Fugitivo desesperado
Apressado como as faiscas de um braseiro
Percorrendo as fronteiras
Dos umbrais de um passado distante

A neve de aço cai no campo dos gladiadores
O sistema entre em pane e jaz escuro
As falacias de um profeta sem noção
São as palavras repetidas embrulhadas na musica
A sinfonia desajeitada de tambores
Sem gasolina

Suave a alma canta a serenata das dores
Eu grito em tom menor, na rouquidão
Brincando estou de esconde esconde
Com esse destino que se destila nas memorias
As rosas lampejam raios intermitentes
O ruir dos calafrios dos computadores

Mas eu me acho tão infante
Desato as cordas de bronze e os laços de cobre
Acho uma margarida que desabrochou
Levou-me em  seus perfumes aos portais da primavera
Lá nas montanhas eu adormeço
Para voltar a viver na simplicidade


Clavio J. Jacinto



Desencanto



Desencanto

Um (flash) brilhou na face
Percebi a vida com outros tons
Não acredito mais em fantasias

Ações são expressões mais exatas
Do que simples palavras
Pessoas dizem que creem
Mas na verdade são idolatras do ego
A razão humana acreditou na ciencia
Mas as maquinas da guerra
Ecoam no vale desses grandes distúrbios

O homem pode ser racional
Mas já perdeu-se nos antros do orgulho
Não pode acreditar em Deus
Muito menos em si mesmo
São meros bonecos de cera filosofica
Perdidos na encruzilhada
Entre os males e o nada

Quando nascem as flores no campo
As abelhas extraem o mel
Sedento, o homem cava na rocha
Para beber dos mananciais
As nuvens bebem do mar
Choram sobre os vales e campinas
Mas o homem encantou-se
Pela incredulidade do acaso

Eu lamento tanto orgulho
O mundo anestesia nossas almas
Quebrou o encanto desse engano
Ele esta´entesourado para a queima
Seus antros de violencias
Serão consumidos como a pobre palha
Entre choros e mil pesares ingratos

Olho para o horizonte da vida
Não estão ao meu lado, almas sem apego
Vorazes espíritos rebeldes
Deixaram cair as marcaras do disfarce
Sai pra longe de mim satanás! disse o Mestre
Eu também expulso o desencanto
Nessas nevoas que assolam as brasas da aurora

As vertentes do sol já cintilam
São brasas rutilantes no berço da eternidade
No Monte das Oliveiras eu decifro as pegadas
Minha face e meus olhos contemplam o futuro
Quando essas nuvens douradas da tarde
Guardam os lampejos da glória do outro dia

É  mais real ao coração
Ser guiado pela fé em Deus
Do que seguir os conselhos perdidos
Daquelas almas que já não podem mais acreditar
Em nelas mesmas

A magica do mundo caido
Deixou de me seduzir...desencanto.

(Clavio J. Jacinto)
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segunda-feira, 19 de março de 2018

Miriades de Turbulencias

Miriades de Turbulencias

As águas da vida parecem turbulentas
As tempestades tão furiosas
Desperta a minha alma nesses vendavais
A coroa das flores caíram da primavera

Há sobre sopros a chama das águas
Como fogo frio que endurece a alma
Gelo que queima a (queima) roupa
O mel e o fel misturados tão incompatíveis

O frio declara paixão pelos perfumes
O céu apagado suspende as estrelas
No braco, minha pobre alma escorrega
Como folha envelhecida flutuando no ar

Quem dera-me fugir desses torvelinhos
Ter resposta bravas para tardias questões
Fugir do desamparo dos vis ciclones
Correr do assombro desses furacões

As águas da vida parecem turbulentas
Mas é de aço essa esperança ancorada
Quando tudo parece desabar nas tormentas
Confiarei no Senhor e em mais nada...

(By Clavio J. Jacinto)

quarta-feira, 14 de março de 2018

OUTRO DIA


O sol foi embora
Despediu-se na tarde
Dos meus olhos

Partiu para o outro lado
Tanta saudade deixou
Nessa alma sedenta e peregrina

Foi ver o amanhã
Nos deixou nessa noite 
Com ânsias de sonâmbulos calafrios

Por esse tão triste motivo
Adormeço no pó estrelado
Em sonhos trilhando o mesmo
(caminho)


Clavio J. Jacinto.

Respiração Vital


Nuvens passam escorregando no céu
Outras partem pro descanso eterno
Correm com pressa
Como se a luz partisse em pedaços

E essas tão belas flores?
Que fenecem como a palha ao fogo
Tão passageiras quanto meu grito
Tão efêmeras quanto a nevoa

Assim é minha vida terrena
Um apressado respiro alado
Que ressoa na imensidão cosmica
Pra repousar nas mãos da eternidade

Clavio J. Jacinto



Orgulho e Ignorancia


NUVENS


A mim que me concedas
Coração nublado, cheio de granizos
Pensamentos  mais pesados
Alma cativa em tantos pesares

Como erva rasteira
Que cativa do pó da terra
Chora os orvalhos noturnos
Perolam poluídas na dor

Eu que coleciono gemidos
Entulhos sem paradeiros
Num coração carente de luz
Suspenso no tempo do meu ser

Nas margens desses ninhos sonâmbulos
Como agonizam os anseios
De uma  vez por todas sair dessa prisão
Que tanto fere os sorrisos

Levanto-me da noite do cárcere
Das madrugadas dos pesados grilhões
Meus pecados são tantos
Bem mais milhares de milhões

Uma estrela brilha diante de mim
Amanhecer tão belo, brilho  absoluto
Raios de graças em Cristo me libertam
Chegou a Vida, fim de meu triste  luto

(Clavio J. Jacinto)

segunda-feira, 5 de março de 2018

DIGITAL


DIGITAL


A multidão antes, menos nociva
Era de pedra e  com o pó, não narcisista
Como a lua agachada na lama
Refletida no pouco abismo da noite

Fogueiras e faíscas acesas ao léu
Revelavam a face assustada da infancia
Uivo de lobos e  a voz do vento bravo
Breu e silex, a tenda das folhas de outono

Corvos e borboletas no bosque da vida
Arvores frondosas nas montanhas felizes
Veredas e córregos no augusto jardim
Balanço de brisas nas folhas dos capins

A arte rupestre entre as pedras brutas
Mil sombras e conceitos primitivos
A voz ressoante da calamidade labuta
Vôo sequestrado de dardos perdidos

Num lapso, a pagina da historia vira
O antigo se renova e tanto brilha o licito
Entre sons de robôs rabugentos e malucos
A síndrome do cambio de meus dígitos

Da foice, punhal de luz que corta a ilusão
O tempo que mata archotes escuro, morta
Bips e flashes, o luzeiro na face dos Urais
Eu e o sistema em transe impoluto jaz

Num cérebro de cores matrizes chega
A minha vida e a de outros, nesse sistema
Fios que tecem o tapete desse claustro fatal
Grilhões nos prende no mundo digital

As vozes vacilam na minha intermitência
As vagas cintilações de um aço insano
Eu e tantos outros se livrando dessa teias
Que prendem nossa alma no fugaz engano

Livre desses penhascos cintilantes e virtuais
No solo sem nuvens, sólidos pensamentos
Ouço o estampido da tempestade e a chuva
Estou vivo, resgatei a essência dos momentos...

Clavio J. Jacinto


quinta-feira, 1 de março de 2018

A ALMA PEREGRINA.


Ai de mim, que indo mundo afora
Partindo vou indo embora
Como peregrino solitario ando
Quem meu caminho irá iluminando?
Ai de mim, que em densas flores mortas
Onde jardins suspensos na alma torta
Retorcida por más ações e vis desejos
A parte invisível do além eu vejo
Que geme o coração dentro de mim
Angustia de ver tudo chegando ao fim
Quando olho os grilhões do meu passado
Quem me livrará desses atos pesados?
Quando em terna alma, meu eu enviltece
Meu ego orgulhoso, em vão esclarece
(Tens boas ações e tantas coisas mais nobres)
Mas ai de mim, que vejo a alma tão pobre
Ah, meu Deus! uma luz vem brilhante
Me assusta por um breve instante
Eu olho o fulgor num livro tão velho
Luz que resplandece, a graça do evangelho
Oh, que alegria veio sobre meu coração
O Senhor em Espirito me estende a mão
Resgate, remissão, salvação e tudo de graça
Por tão linda luz, minha alma perpassa
Comprado pelo preço de sacrifício
Minha alma suspira por tudo isso
O evangelho da graça por Cristo me alcança
E por tão grande obra, minha alma descansa
Não mais temo seguir o futuro
Minha alma vai alegre ao bendito porto seguro
Clavio J. Jacinto

Aurora da Eternidade


Vi entre as montanhas (as névoas)
Ordinárias vestes do céu na terra
Manto branco que se dilui nas (Manhãs)
Como estrelas mergulhadas no infinito
Flores silvestres banham-se de vento
Libertando aromas da doce tranqüilidade
Como borboletas invisíveis (flutuantes)
Chegam ao santuário de meu olfato
A erva verde tosquiada pelo (orvalho)
É mar de brinquedo em lindas gotas douradas
O sol transforma cada perola das manhãs
Em cristais de jóias resplandecentes (ensolaradas)
Quem me dera substanciar todos (Os sonhos)
Na erva cidreira a minha alma (adormece)
O mel da rocha em frescor de muitas doçuras
Meu sentimento transportado aos montes
Lá do outeiro, vejo o silencio da aurora
No desabrochar de forte e perene (Felicidade)
Pra sempre se findou a espada e (A guerra)
Estado eterno (Novos Céus e Nova Terra)
Dou graças a Deus e a misericórdia brilha
Como a jóia mais preciosa incrustada no (coração)
Eu grito, louvo choro (Pulo de alegria)
No céu pra sempre minha voz de (Gratidão)
(Autor: Clavio J. Jacinto)

CALICE DE TODAS AS NOITES

CALICE DE TODAS AS NOITES

Bebi desse cálice da noite
Para adormecer num berço de sonhos
Sonhar com a compaixão e o amor
Um pomar de cerejas e sorrisos

Mas algo estranho sonhei
Num vale escuro estava só
Entre lírios de agonias e rosas de dores
Como uma nuvem algemada no mar

Terra sem colinas, oceano sem campinas
Num terra de poeira fria e ventos
Onde algemas eram abrolhos
Outono dava luz aos espinhos

Assustada minha alma recuou
Em vulto de gritos da terra e lamentos
Na vaidade de minhas sortes inuteis
Com o coração disparado nessa condição

Mas um brado, estrondo de um eco santo
De uma voz altissonante, veio e me despertou
Entre as batidas da vida e véu rasgado
Despertei entre a estrela bendita, a alva

De sonho tristonho ao céu olhei
Real consolo de mui grande amor que ardia
De um Santo Salvador que na cruz morria
Seus braços feridos a mim se estendiam

E eu tão feliz, cantarolava
Na noite em orvalho bendito dançava
Quando pro alto a minha tremula mão, estendia
Dando graças a Deus, feliz agradecia...

Clavio J. Jacinto