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segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Napalm





Quem me dera quebrar todas as muralhas do tempo
Retornar aos dias cruéis do passado
Nas cercanias de um arado quebrado
Onde a fumaça é a semente do terror
Napalm na mão de uma criança inocente
Os tubérculos estão todos dilacerados
As bonecas com face derretida
Ouvindo lamentos de Freud e Derrida
Como nas colunas de um templo antigo
Nos brinquedos ácidos e explosivos
Nas luzes efervescentes do fogo forte
Nas narinas acesas do Vietnã do Norte
Qual dragão que cai do céu ornado
Do ribombar de bombas da calunia incendiaria
Que rasga a fronte da veste mortuária
Desde os dias distantes de Pérgamo ao trovão
Dos infantes brincando no deserto do Afeganistão
Eu choro com a humanidade tão cruel,
Fugiu do jardim da infância o ultimo pedaço do céu.

Clavio J. Jacinto

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