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terça-feira, 13 de novembro de 2018

O FRIO NA CALÇADA DA VIDA


 O Frio na Calçada da Existência


Nascer é amanhecer na calçada do inverno
Chegada nas colinas de lampadas enfraquecidas
Com a canção de ninar e olhares paternos
É a vinda pra a terra dos viventes, a vida

É uma chegada e encontro de outro partindo
Nas perolas de tais brilhos de uma ostra ferida
Uma palmada e um beijo assim é o bem vindo
Nessa terra das tantas dores e as pétalas caídas

Quais destrezas dessas estações inquietantes
No calabouço de uma rosa magistral e calafrios
Pois se em mantos de nuvens e choros causticantes
Revemos os portais desse mundo escuro e vazio

Ai que tremor essas cordilheiras de saudades
Pois de voos suaves as mãos da mãe , eu penso
Das cores de uma primavera de tantas bondades
No céu das estrelas de tantos carinhos imensos

E quando já tarde se desperta desse sono infantil
Num luar estupendo que alumia a nossa rua
Vem qual denso grito, sussurro, gemido e assobio
Pra escancara a vergonha dessa vida adulta e nua

Desse desterro o susto é o golpe que nos desperta
Dos ventos que sopram nesse vale cheio de  espinhos
Da vida enfim, no mundo real  agora descoberta
Que dores, decepções, magoas e tribulações no caminho

Mas a vida que é uma esquina de tais duros conflitos
Acendemos uma luz que assombra a hora pessimista
Pois da fé nasce nesse relento da vida, o crer bendito
Pra suportar algozes sombras, de quem na luz acredita


Clavio J. Jacinto

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