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quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Esquinas Quebradas da Nossa Vida



Esquinas Quebradas da Nossa Vida



Ainda me lembro daquelas palavras escritas num sorriso
A face inocente de quem demonstrava amor
Que das poesias de uma breve saudade dava consolação
Como relâmpagos que em fogos breves em chamas fátuas
Carregava meu pobre coração de ilusões
Como erva rasteira nas campinas de uma relva mal humorada
Debulhando mil amarguras dentro de um descampado
Tua mão macia e teus lábios matreiros eram rios de alegrias
Nas turbulências de um choro interno o inverno veio
Com o colapso das moedas de tuas promessas
Caiu o espelho de meus sonhos em chão de faz de contas
Na floresta dessas perturbações emocionais
Fiquei só nas desconsolações de uma ave solitária
E descobri que era homem entre outros homens
Como as folhas do eucalipto num dia de tempestade
Como a pele distópica do sândalo ferido exalava a dor
Era as engrenagens da vida fantásticas que não funcionavam
Tu entre os pessegueiros se escondia nesse faz de conta
Quanto a mim, corri na vida desventuras
Numa nuance de espadas quebradas numa guerra sem fim
Mil sonhos foram comprados no mundo doido
Quando descobri que era prudente esquecer
Tomei as folhas das minhas torturas
Resolvi encarar a vida como ela é
Só então descobri que a felicidade estava logo além
De todas aquelas esquinas quebradas

Lamento a todos que não quiseram prosseguir comigo

Clavio J. Jacinto




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