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terça-feira, 6 de novembro de 2018

A Luz e o Caos





Era Uma terra devastada e tão nua e vazia
Nas noites que a desordem clamava e jazia
Num antro que nebulosas escuras prevaleciam
Atóis de fogo em cinzas e brasas que ardiam


Sem forma e em oceano de desordens
Nos prantos que o caos em simulacros acodem
Numa terra que em vastos chãos queimavam
Ali nos raios cósmicos e tais sombras reinavam


Nos cristais que flutuavam e ouro inflamado
O carbono que nas chamas do fogo dançavam
Que do caos a pedra e o ferro borbulhavam
Por essas frestas do passado tanto me assustava


Rios sem bálsamos e jardins sem flores
Tais épicos seriam de tantos cruéis horrores?
Ou seria o berço onde nasceriam todas as dores?
Os silvos dos ventos respondem que (Não)


Das vastas ondas dos cruéis sopros e vendavais
Pois dessas desordens não encontro o cais
Inseguro nos lampejos desse entardecer
Que das pompas, súbitos estrondoso a estremecer


Que das póstumas ruínas desse fel me escondo
Dos meus pêsames e os sulfúreos vendavais
Aconchego-me nas minas da terra e ainda mais
Nos restos mortais de Babel e seus escombros


As pontes de um cálice que das águas ecoa
Para que em breu fumo que sai, o céu entoa
Num relance a voz que do alto sublime bradou
(Haja luz) e da aurora perfeita, a luz da ordem raiou...


Clavio J. Jacinto


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