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quarta-feira, 13 de maio de 2020

MAR PERENE




Das montanhas distantes um porto perene
Singrando navios de sonhos incendiados
Imaginárias naus de toda infância inocente
Numa constelação profunda de todos os sorrisos

Quando o porto do norte descansa nas nuvens
Almas da madrugada revestidas de arroios
Aquele repouso de todos os orvalhos em pétalas
Nos faróis de uma cadente estrela aos olhos

A boreal  aurora de meus olhos brilhando
Ao ver fecunda luz dos espaços no infinito
Que reluzem em glórias refulgentes na geada
Sobre as flores das laranjeiras silenciosas

Que doce é a vida! Numa infância alada
A alma nostálgica com seus fardos de saudade
Coração tristonho orbitando bolinhas de gude
Lábios puros beijando amoras silvestres

Ao despertar do sonhar tão acordado
Olhando pra minha solidão infausta e sagaz
Relembro os tempos épicos de meu passado
Inconformado, lamento, não voltam mais.


(Clavio Juvenal Jacinto)

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