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sábado, 2 de maio de 2020

CANÇÕES DE UMA VITAL AGONIA







I
Sob O Sol régio dos áridos descampados
Onde jaz agonizando a minha alma tardia
Amálgama de névoas e sombras da noite fria
Meu cimo pálido de ventos frontais
Assola minhas inquietações ainda mais
II
Não quero ouvir essas ilusórias vozes órficas
Nem me ater aos sonhos dos maribus
Pois vejo na sacra vinha o sangue mais vivo
Mesmo que esteja no fundo naufrago da vida
As vozes cálidas dessas tempestades caídas
III
E eu no mundo dos elos perdidos faciais
Onde jaz pérfida a razão dos pragmáticos
Jazigo de sonhos que prendem todas fragrâncias
Fugidia alvorada de toda minha obscuridade
A burla eloqüente dessa vã sociedade
IV
As quimeras de todas minhas respirações
Fogo que devora o codex do pacto quebrado
O que me assusta nesse nostálgico momento
é que a graça divina me atinge por dentro
Em feridas e brechas de meus arrependimentos


Clavio J. Jacinto

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