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sábado, 23 de maio de 2020

Conspiração da Alma



Ouço o grito puro nos decréscimos da decência
A extremidade do silêncio em todas as ausências
Quem me dera ser fugitivo dessa assombração
Navegaria no mar infuso dos batismos  das tempestades
Para encontrar distante, o porto desses perfumes

Quais libélulas douradas em recintos de primaveras
Nas naus de meu espírito inquieto e trovejante
Nas angustias pálidas que congelam a minha mente
Na polaridade de todos os sonhos inválidos na demência
O terraço que serpenteia atroz meu desespero

Gritaria as sombras permissivas na alva  plácida
Como relvas de prados que assolam as tardes
Meu Deus! É forte o odor desses gritos mais frugais
Que nas consolidações de meus medos maiores
Mergulham nos ventos charcos de temporais

Nos códices de meus prantos foi escrito
Um alaúde de lembranças do que teria outrora sido
E agora mesmo nessa ânsia do que já não  sou
Apenas descansa o velho homem nesse jazigo
Pois o novo que ressurgiu toca  as flores do Éden antigo



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