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terça-feira, 3 de abril de 2018

Caminho Largo




Passam por ti tantas almas cegas
Festejam nas chagas do pecado vil
Em deleites de sórdidos lamaçais
Afogam as magoas das aflições
Deixam rastros de mãos feridas
Coagulos de sangramentos azimos
Laços de festas angustiantes
As diversões embriagam os sentimentos
Em vão vagueiam sem sentidos

Oh caminho largo...
Por entre teus filhos promovem as náuseas
Como águas dos cais que degelam
Entre famintas mortes que te devoram
Ainda insistes em dançar na ilusão
Como gotas esmagadas por ventos
Andam as pobres almas, famintas de ser
Mas intoxicadas no falso prazer
Caem do abismo de seus próprios desejos

Vem e enxerga a fonte cristalina
Onde podes lavar a tua vã esperança
E  sair do charco que te deixa mais poluída
Vem pro cume do Calvário
Onde foi pode ser selado o destino infinito
Porque das tendas dessa miséria sairás redimida
Como centeio que do vale ao forno
Sai como pão dourado e distinto
Celebrando a paz do descanso do celeiro farto

Clavio J. Jacinto

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