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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Borboletas de Jardim


Vi essas vozes e ouvi
Tempo e tempestade na rua
Crianças cantando
Anciãos com livros de Neruda
Jovens acorrentados na vida
As letras de Orwell soltas na sociedade
Um limiar de sombras da desigualdade
As poses indiscretas da lua
As borboletas de jardim
Vi as mãos dos algozes
Os que falam mal de mim
Peço a Deus que os perdoe
Sigo ouvindo o grito oco
Vasos de cera e espadas de de velas
Navios sem casco
Monturo sem asco
Ouço o som da rotação do planeta
A agonia da ultima estrela
As vozes unidas num coro
A utopia de Thomas Morus
A poesia e a arte perdida
Uma ilusão iludida
Eu correndo atrás do vento
A voz que escoa no lamento
Restando a deserto dessas taperas
Feitas de capas de livros antigos
Para abrigar a minha ultima paciencia


Clavio Juvenal Jacinto


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