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sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

(RETORNO NOSTALGICO)


(RETORNO NOSTALGICO)
I-
Se num portal ao passado voltasse
Para encontrar a mim mesmo
Em um lugar longínquo de minha infância
Face a face comigo ficaria
Em meus próprios ombros choraria
E da minha boca ao meu ouvido
Apertando minhas mãos
Com sinceridade a mim falaria
II-
E nesse monologo de duplo ente
Gritaria aos meus ouvidos
Advertindo contra os falsos amigos
Na calma possante das lagrimas
A mim próprio me repreenderia
Com a doce alma fria
Ao meu pobre coração diria:
Toma cuidado com todas as escolhas
III-
Olho a olho comigo mesmo
Na mais pura sinceridade
Diria que a minha própria bondade
Não era moeda de confiança
Pois ainda quando criança
Na inocência da tal utopia
Vendo o mundo vestido de ilusões
Sofreria tantas decepções
IV-
Então nesses clamores e mais bramidos
Nesses  impasses doloridos
Abraçado a mim mesmo e tão só
Numa tristeza de dar mais dó
Soaria minha voz mais calma
Falando serio a minha alma
Tens á frente tantos mais mil perigos
Toma cuidado com muitos amigos.
V-
E nessa sombra entre a aragem
Diria a mim mesmo, tenha coragem
Porque as dificuldades no traje do pesar
Estão galopando rente a te encontrar
Mas não tenha medo das aflições
Porque entre aplausos e difamações
Em transtornos alívios e  mais dores
Verás adjacente o firme campo de flores
VI-
Em tantos sofrimentos e grandes momentos
Verás o teu próprio crescimento
Seja forte, seria meu clamor chorando
Porque enquanto o tempo for se abrindo
Estarás vivendo  pensando e sorrindo
A existência tênue é a revolução aberta
Verás a ti mesmo, a nascente breve surgindo
Nos tímpanos da dor terás alma de um poeta
VII-
E foi longa a tua jornada
Nos passos lentos de tuas caminhadas
Verás marca de quem tentou  andar pra trás
Quando quis para infância voltar
Mas  vencendo a tal nostalgia
Seguiste rumo ao novo dia
Ouve-me, oh meu eu,  esse brado
Segue a vida, mas tenha muito mais cuidado...

(Clavio J. Jacinto)

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