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segunda-feira, 24 de junho de 2019

O Deserto Interior


Deserto Interior

Descampado está meu coração
Desertos sem nevoas, montanha sem chuvas
As ordinárias branduras de todas as ausências
Dos póstumos noturnos dessas incandescências

Do fortuito brado de trovões do clamor pungente
Das forças dos sopros desses grãos secos flutuantes
Em hélices de poeiras na secura efervescência
Nas planícies do barro sem molde, terra de convalescença

Do intrépido vôo das nuvens sem fluidos náuticos
Nesse coração sequioso e vazio e hálito caustico
Nas planuras desse infinito que traz todas as desavenças
Presto a fervura da alma afável, a luminescência

Quisera eu, das noites dessas mais conspícuas torrentes
Bradar por fontes no frescor de anseios mais ardentes
Pudesse por todos os gritos, na aura afaz de toda a clemência
Achar em Ti todas as fontes que jorram vossas condescendências

Assim no conforto de tantos mananciais  balsâmicos
Fugiria eu desse funéreo deserto tão mordente
Do vale sarcástico e de tantos medos irônicos e tirânicos
Descansaria nos braços paternos de um Deus clemente


Clavio J. Jacinto








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