Pages

quinta-feira, 6 de junho de 2019

Funerais Noturnos





Calei-me perante o fim do dia
Como as nuvens que escondem o sol
A noite esconde a luz do amanhecer
A madrugada é guardião do extremo silencio
As estrelas se misturam como orvalho
Por trás das flâmulas noturnas
Escondem-se o colorido da natureza
De um casebre, tapera envolta em (ais)
Pude ver crianças infelizes
Pela janela, vi uma luz acesa
O cheiro da noite molhada em sereno
Soluços de carpideiras e outros seres funerais
Um morto jazia entre as velas acesas
Quebrou-se o vítreo espetáculo nupcial
Mais um homem sem alma (jaz)
Entre as paredes das lamentações mais escuras
Outra alma foi embora
Deixando em alguns rastros memoriais
Pois outrora em pungentes aflições vivia
Mas agora no leito de palha e flores
Dorme em paz


Clavio J. Jacinto

0 comentários:

Postar um comentário