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sábado, 7 de janeiro de 2017

Auschwitz (profanatio)





“Nunca mais me esquecerei  esta noite, a primeira noite no campo, que fez da minha vida, uma noite longa e sete vezes mais aferrolhada” (Elie Wiesel)

Abrem-se os portões  da escuridão da improbidade
Onde o amor em tristezas, foi torturado e sufocado
Lancem essas pedras de tropeços, sem dó e panaceia
Conte-me as farpas que matam a fé, o peso da teodiceia

Judeus e outras raças agonizam entre fogos algozes
Crianças e ciganos etéreos, voam das chaminés do crime
As chamas que beijam apaixonadamente os gases
A alma  bestial da medonha maledicência sem ciumes.

Oh noite escura, tropeço da esperança, asas da morte
Quem dera-me chorar mil vezes por uma só má sorte
Entre as pétalas flamas de uma primavera de escuridão
Onde aos berros silenciosos, abrasam espíritos em prisão

Muitos, em tristes lembranças dizem ser tudo verdade
Outros  em risos arrogantes dizem ser tudo mentira
Oh! Nau de colombo! Afugenta toda  minha digna ira
Porque triste está meu coração, por  severas impiedades

Vou correr e fugir desses vastos Calvários memoriais
Fugir do estandarte de todas as mortes ambulantes
Fingir que sou humano, que creio na pia compaixão
Tentar ser mais afável com a caridade, um breve instante...


Clavio J. Jacinto

1 comentários:

ademir machado disse...

Apesar de tantas torturas, o homem continua algoz, como se a imagem e semelhança de Deus não fosse seu próximo, fazendo dele campo de concentração, e não templo vivo do Espírito Santo.

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