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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

INCENSO DAS TEMPESTADES.

INCENSO DAS TEMPESTADES.
Se em fel, nuvens em águas transbordam
Afogadas nas incertezas das tempestades
Como o mar que engole o exercito de Faraó
O ventre do oceano, a casa de Jonas.
Dos astros cintilam por trás da noite
As rosas suportam os naufragados espinhos
Como não suportaria eu essas aflições?
Se a dor do mártir é a porta do paraíso?
As pedras das dificuldades caem no jardim
O cerco de arame é algemas dos lirios
Mas o ferro e o vaso nunca impediram
Que os perfumes tingissem a mão dos poetas
Não! não chores em vão, na tarde sombria
O sopro não apaga a eternidade das estrelas
Nem o estrondo das bombas tempestuais
Assustam as sementes adormecidas na terra
Quando cai a agulha fria das chuvas
Tão exasperadas por causa da queda livre
Há um leito de descanso no lago silencioso
Onde a fúria encontra a parede da calmaria
É difícil aceitar as sombras e as aflições
Mas que pesar seria a dor das estrelas
Se elas não adornassem a face da noite escura
Como a erva do campo floresce no monturo
Os lírios não moram nos pântanos?
As fontes puras não são feridas por pedras?
O mel das flores não se aprisionam em favos?
Se a tua alma se rasga, deixa o coração florescer
(Clavio J. Jacinto)

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