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quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Fuga para o Deserto


Eu fujo dos reinos impudicos
Vou para desertos e  a areia
Minha casa é o lar dos grãos
A seara da solidão meu caminho
O colosso da sombra não me assusta
Suas colunas se derretem com o o fulgor
Minha vida vai pelas vinhas da erva doce
Sou sonambulo em busca do marfim
O perfume sem a alma do jardim
Sou petala desfeita e a semente do jasmim
Quem dera-me ser como as estrelas
Não teria olhos, para ver o que me dá ansias
Seria visto por todos mortais
Que com os dedos contam cada cintilar
Mas não podem tocar o centro
Com seus breves insultos.


CJJ

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