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terça-feira, 23 de abril de 2019

Descampados da Alma





Se as estrelas não caem no meu silencio, mas permanecem brilhando sob meus olhos, se as flores ainda desabrocham cada manhã e os pássaros cantam até o entardecer, se as chuvas caem e regam o campo e nutrem a montanha com aguaceiros, se todas as coisas ensaiam a perpetuidade de um sorriso, então descansarei nos braços de um olhar, pois o coração jamais se ausenta de um amor que acalma a alma amargurada.

Depois das coisas mais lindas, estamos abertos para as mais belas, porque no véu do tempo, o amanhã aguarda coisas melhores, pois quando as flores balançam com vento, nossa alma se deleita na nobreza do efêmero, porque os lírios tornam-se imortais quando nosso coração guarda a sua beleza, e os campos que perpetuam esse olhar singelo da esperança, faz da erva o caminho precioso da primavera

E como se na fosse tão magnífico quanto a natureza que deixa o espetáculo das cores, cuja nossas vistas mergulham como num oceano de tantas belezas, a alma torna-se eterna borboleta, que precisa de uma esteja feita flor mais linda, para que o coração inspirado por um amor, possa repousar e nutrir-se do néctar da eternidade.

Tenho que dizer ao algo vento: “sopre sobre mim” leve a minha alma pelos encantos das coisas mais belas, porque as flores beijam a alma pela beleza e as estrelas untam a noite com a singeleza de um brilho que insiste em percorrer pelo tempo do espaço até chegar solitariamente diante de minha face, não direi que não importância, ainda que num breve olhar

Matizes de uma primavera sempre adormecem no caminho onde as lagrimas repousam, onde alguém sepultou uma tristeza, poderei eu tirar um grão de alegria? Pois das plácidas capas do pântano, onde jazem os restos mortais de tantas rosas, ali mesmo o pulsar de uma semente emerge da lama em direção as borboletas que ainda rastejam na alma da lagarta.

Como dói minha vida se deixo de andar sobre os escombros das campinas e nos depósitos de folhas caídas, pois os rubis se escondem na terra, assim como um homem pode esconder seu breve amor dentro de um coração eterno, mas jamais pode esconder um amor eterno num coração breve. As chamas do amor não podem permanecer vivas onde não se acredita na perpetuidade da graça da existência, tal fogo da respiração só sobrevive com o perfume da gratidão.

Porquanto deixe me ir por entre as laminas dessas folhas de louro, pois as águas descem na peregrinação das quedas, e debaixo dos tapetes do mundo, fluem num abraço celeste, não haverá desabrochar de flores nas montanhas se os açoites das onde as não ferirem as águas, no cais de cada trovão, o eco fere nosso ouvidos, mas no romper da aurora, a terra está irrigada pelas lagrimas da s nuvens.

Dorme pobre coração meu, porque o despertar é breve, a rotina nos transporta de volta para a dormência do cotidiano, quando nosso coração se perde entre os afazeres do ultimo momento. Só o belo pode despertar a alma adormecida no descampado das coisas fúteis, mas aguardo a ressurreição de todos os teus sorrisos.

A brevidade é apenas um elo que pode ser unido á corrente da eternidade



Clavio J. Jacinto

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