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sábado, 4 de novembro de 2017

Glaucoma


Teus olhos no tempo se turvaram
Sem mais definir a linha do horizonte
Cego pelas duras vaidades desse mundo
A fuligem das batalhas obscenas te maltratou

O fogo consome a alma das colinas
Nenhum orvalho é colírio que ameniza
Subjugas cada destino por tuas batalhas
A carne repousa o triste fim nas trincheiras

Mas, o que enxerga um soldado sem luz?
As trevas vedaram a esperança humana
Uns escrevem nas lagrimas amargas de auschwitz
Outros congelaram a esperança em Moscou

Da primeira batalha ergueu-se a promessa boba
De que a paz seria bem mais duradoura
Mas ai de ti que nem tão vaidosa cegueira
Não enxergastes o perigo ressuscitado mais além

Cura-te desse glaucoma, vil homem sem Deus
És nada a vagar por um mundo sem sentido
Só os que encontram a luz do Pai das estrelas
Conseguem sair das trevas do pecado

Para a aurora da verdade...

Clavio J. Jacinto

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