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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

O Vale das Almas Apagadas


Um vale primaveril
Terra de tranquilidades
Homens lampadas
Almas iluminadas

Um ser em trevas
Pérfido enganador
As almas fosforescentes
Apagaram-se

Turba em via escura
Noite sem candura
No vau a vã voz clama
Mara  dor derrama

Um homem antigo
Um livro envelhecido
Achou fonte luminosa
Encheu as paginas de fulgor

Luz liquida transborda
Vítreo vaso a brilhar
Na alma apagada que sorve
Cálice de luz, o lume

Almas em suturas, apagadas
No vale sem brancuras
acendem-se tantas delas
O retorno de alma-lumes

Que trato e alegria
Alma foz, luz do dia
A fonte, livro antigo
Homem envelhecido

Seres e gentes lux
Ingratos e rebeldes
Misturam águas turvas
No vaso da luminescência

Oh! infame mistura
Escuridão com candura
A alma acesa evanesce
A luz da alma enfraquece

Velhos: o homem e livro
Proclamam outros: é inimigo
Expulsam ambos, do arraial
O profeta no escuro terminal

Água turva, luz misturada
Lampada da alma apagada
Sem livro antigo e homem velho
O vale escuro, homens perdidos


Clavio J. Jacinto


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