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quinta-feira, 30 de abril de 2015

AS DORES DO PRIMEIRO ADÃO

Nu estás
Que dor de frio e incertezas
Olhos cativos das magoas
Triste Adão sem jardim
Fura agora a tua alma
Com esses espinhos do mundo
Tua Eva amarga
Concebe um filho revoltado
Na prece instantânea sem piedade
Ele devora a própria consciência
Com um ódio doentio
Teu Abel então ruirá
Como os beija flores caem com as pedradas
Terás cavado o primeiro sepulcro
Porque a tua partida do Paraíso
Fará com que teus filhos partam desse
Cruel mundo


CLAVIO J. JACINTO


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