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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O Homem do Ultimo Outono




Quando seca-se os vales das lamentações
As folhas morrem como os resrtos das nuvens
Pedaços de tempestades falidas
Cujo sopro do insólito infesta os antros

O mundo cambaleia dentro do calice
O vinho amarga das ações humanas
Homens bombas e crianças incertas
O choro da primavera, as flores dos tumulos

Onde a lama não leva
A bomba ceifa
Os tiros das replicas de tantas doiduras
Gritam os chacais, a festa dos seres noturnos

Como chegam os recem nascidos
Nesse mundo inglório e falido
Onde os homens de vestes frias
Navegam como sombras na tecnologia

Poucos querem a pureza da verdade
Sorvem loucamente do vinho do incesto
Os poucos que ainda gritam em protesto 
Choram no silencio da prontidão

Onde está Deus nessa confusão
Está no seu trono soberano
Do universo ele é dono
Mas não se associa com as chagas do erro

Deus deu o solo da vida pra semear
O homem semeai odio e injustiça
Anestesia o coração e então se manifesta
Intoxicado pelo consumo dos seus pecados

Vai homem, arde teu semblante nos cumes
Sepulta tua sensibilidade no vale
Pois o futuro te espera
Com um abraço de ferro, porque teu coração

É de aço

Clavio J. Jacinto



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