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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Aposento dos espelhos


Entrei no secreto lugar
Jardim de espelhos
Torre de douradas molduras
Vislumbres do fogo puro
A sinfonia das batidas
Do meu coração
Vi meu rosto molhado
Multiplicado
Tantos olhos
A visão epica das minhas
Repetições
E, ao ver meus erros
Tanto me assustei
O que seria de mim
De espelho a espelho
Eu mesmo acrescentado
Então, rubro de vergonha
Prostrei-me ajoelhado
Pobre homem
No aposento dos espelhos
Vi tantas mãos cobrindo
Tantos rostos
Mas uma só, terna e serena
Cobria todo o meu passado


Clavio Juvenal Jacinto


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