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quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Estação do Norte






A erva roseira bradou em agonia feroz
Os espinhos atrozes desses  campos mortuários
Que ferindo a face tão ferina e atroz
Profanou os perfumes do meu intimo santuário

Das tempestades que assolam os homens
Os botões que desabrocham em medos
Taciturnas lapides dos mais densos nevoeiros
Que assombram a véspera que se desperta cedo

Desperta  vivente! Desperta pra turbulenta  vida
Com risos nupciais dessas  fontes efêmeras e nasais
No susto tremulo que na porta da vida tão pálido jaz

E  quando abrirem-se os celestes e sacros portais
Nesses pomares dóceis e seus singelos  arranjos
Vislumbrarei em  aquarelas, a primavera dos anjos


Clavio J. Jacinto



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