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terça-feira, 21 de janeiro de 2020

DESPERTAR


Despertei e estou sóbrio
Dos átrios do silencio do Atacama
Vi minhas angustias sendo derramadas
Nesses campos de brevidades medonhas
Sou neófito em felicidades plenas
Mas sei da gravidade que inflama a alma
As penúrias de um grito á fealdade
Nos regatos longínquos de bálsamos de Gileade
Nas sonolências dessas relvas campeiras
Entre outeiros e códices noturnos
Sinto o despertar nesse grave inóspito
A alma fecunda da calmaria
Nesses turbilhões de grãos rebeldes
Escondidas nas minas da areia fria.



CLAVIO J. JACINTO

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