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segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Lamentos




Se eu grito, e desdito minhas transcendências
Num dito que clama meus pesados pesares
Um gemido que sorve a doçura da essência
No bramido que estreme as ondas dos mares

Uma profunda torrente de águas lustrais
Um breve cântico regado á carpidura
Queixume nos átrios dos comensuráveis ais
A lamuria épica de frondosas ataduras

Se eu grito e choro meus lúcidos rugidos
No ranger da alma e coração compungido
Chora Jeremias profeta tão lastimoso

Que ofensas ferem mais cada ferido
Que feridas ferem mais o profeta ofendido
Que foge da sapiência do brado penoso


 Clavio J. Jacinto


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