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quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Artica Primavera


Quem destila as chuvas desses olhos cansados?
Na véspera de todos os santos se derrama na cova
Como nuvem carregada de alma de todos os mares
Num terraço de ondas que naufragam na areia

Que os vendavais mais atrozes sopram na dor
Como Jeremias que chora nas ruas de Jerusalém
De tais angustia sorve a terra de tantas águas
Até os confins nas profundezas das chagas

 E nesses átrios de tantas tristezas que escoam
Num tanger de harpas que ecoam imortais
Nós somos convocados por futuras esperanças

Nas portas da vida que procuramos achar
Nesse labirinto de caminhos a percorrer
A luz celeste brilha mais forte dentro de nós


 Clavio J. Jacinto







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