Tomei um navio na minha desventura
Nas orlas do mar furioso e encapelado
Pra ir a Társis, em
vão peregrinar
Tomei águas do cálice de meu ego
Nas cordas frouxas da minha opinião
Fui rente escondido a sorte
navegar
Desci ao porto, pra viagem longa
No porão de um navio desencouraçado
Pra bem longe segui remo, a sonhar
Como noite sem lua esse antro baixo
Útero do hades,
claustro de minha fuga
Em demoras longas, no oceano zarpar
Fugi da vida, a missão mais certa
Eu, sincero sonambulo num saco de linho
Um ébrio, tonto destino e torto vagar
Nas floridas águas da tempestade turbulenta
Em sombras eternas escondi minha alma
Vou pra Társis, a madrugada a divagar
Perdi o pouco juízo que me restava
No réu esconderijo, destino sinistrado
As turbulências , nas horas vindouras da confusão
Vi gente desesperada,
o choro do amargurado
Ai! Ai! Navio a pique,
almas que se afundam
Volta! Volta! Jonas! Vai a Nínive buscar teu coração
Clavio J. Jacinto
0 comentários:
Postar um comentário