Vaidade
das Vaidades, Tudo é Vaidade
I
Rios e mares em seus poentes (frios)
Porto das campinas areias de âncoras
Livros rasgados e eucaliptos
perfumados
O dilúvio e a arca dos choros (ambulantes)
II
Pedras e lírios cantos e gritos
Poetas insólitos e fatos de outros (mitos)
Noivas sem bodas dançam nos pálidos prados
Lâmpadas de fogo e fios de sedas douradas
III
Na dormência de minha saudosa saudade
Um latido de cão me desperta das
nuvens
Ambulatório de meus sonhos (feridos)
Flores do Cáucaso e os lírios de Solferino
IV
Pobre de mim nesse conflito pitoresco
Nas lutas braçais contra as névoas (sádicas)
Refugio etéreo de meus afrescos
rabiscados
Arte pálida que trancafiou meus
sorrisos alados
V
Fonte das sedentas ervas do Cáspio (tórrido)
Onde navega o eu da minha íntima imaginação
As núpcias de meu passado apenas
singelas ânsias
Transbordam nesses cálices eternos de
faz de conta
(Clavio J. Jacinto)
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