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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Áurea Flama






Solitário desce aos confins do mundo
Num candeeiro a flama das palavras
Nos sofridos passos do martírio ambulante
Numa voz tremula no verniz da angustia

Não cedem as dores da feroz solidão
Na intrépida sombra do salgueiro
Áurea luz de candeias que queimam
Alumiando a face robusta do pio profeta

Sacode o  mundo inteiro a súbita sentença
Nas recamaras secretas da transcendência
O fio que tece o conflito contumaz

Nesse tênue alvoroço todas as desavenças
Nem sequer a plebe ruidosa mais pensa
Dos corações contritos das almas temporais.





Clavio J. Jacinto

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