Quem dera-me fluir dessas primaveras
Onde minha alma inspira vôos rasantes
Dos anseios que me libertam das conspirações
Tal como o perfume da rosa crepitando ao fogo
Que se entregam os braços do vento norte
Dissipando todos os semblantes na santa essência
Dissolvendo-se nas dimensões do campo
Há um espaço sagrado dentro de mim
Terra guardiã da alma centelha
Centro da nascente de todos os meus choros
Manto que cobre os contornos do meu pobre coração
Preciso emancipar-se das desilusões
Tal como os lírios do campo se entregam a relva
E perduram na resistência da beleza por mais um dia
Mas celebram a partida quando as pétalas murcham
Há dentro delas a semente da perpetuidade
A perenidade vital da
existência
Que devolve a terra na força de um pequeno grão
Assim na germinação de meus sentimentos
Que dá ao mundo outras faces mais puras
Entrelaçadas o véu branco, a face das pétalas de minha alma
Clavio J. Jacinto
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