Inverno
O frio sagaz açoita o mendigo na rua
Enrijece a pele da relva do campo
O frio é lastimoso, poeta da insensibilidade
Os grilhões das manhãs de inverno
Arrastam após si a dinâmica do hálito polar
Libertação das masmorras da madrugada
As extravagâncias de todos os sopros glaciais
O fogo na lareira trepida como diamante
Socorro para corações congelados
O prodígio do fogo que dissemina luz
Mas se é tão terrível o frio
Nesses campos de carências tão implacáveis
Meu temor maior é que uma era glacial
Tome as consciências humanas
Tornado a civilização em lapide abandonada
Para acolher os restos mortais da sensibilidade
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