O Som da Ultima Guerra
Do campo chega um farrapo todo ferido
Remanescente do ultimo e fugaz conflito
Era de traje horrendo, rasgado e empoeirado
Um esfumado corpo coberto de profundas chagas
Das cordas vocais o som do sinistro pesadelo
Dos poços lacrimais perolas dissolvidas em fel
Num manto de barro disforme e queimado
Como caco triturado por furacões de fogo
Ah! Que rubra era a face tristonha assombrada
Das masmorras do medo a alma tremula fugidia
Que das sentenças das terras minadas fugia
Sobre o charco dos berros um eco medonho surtia
Era o estado de minha alma na devassidão
Do ordinário conflito dos filhos de Adão
Nas petúnias de aço frio ignóbil calamidade
A opulência dessa tão fugaz maldade
Mas dos calabouços e trincheiras eu saindo
Por entre espinhos de ferro fui percorrendo
A fuga para o vale da decisão fui seguindo
Avistei um monte e corria do pavor da morte
E enxergando ao longe um colossal outeiro
Que parece caveira tingida de pranto carmesim
Era um valente divino soldado se entregando
Morrendo a própria morte, morrendo por mim
E que dessa tão horrenda cena de dores
Num clamor intimo da profunda ferida tenaz
Bradou consumado, fim da minha guerra
Deu-me nesse profícuo brado a minha doce paz.
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