Sou sombra do meu gemido
Alegrias farpadas em logradouros de
tristezas
A real fantasia de primaveras
As mais belas flores desabrocham na
tristeza
Sou gemido nessa sombra escarpada
Nas encostas do destino que conduz
A simbiose das estrelas na noite
congelada
Pois das densas trevas, as estrelas
doam luz
Quanto mais lamento, mais despedaço
corações
Quanto mais choro menos ainda irei
cantarolar
É melhor seguir em preces sinfônicas nas
aflições
Pois nos espinhos o coração não
encontra um lar
Quem me dera sublime ser o espetáculo
da aurora
Quando nas entranhas a luz expulsa a noite
fria
Pois em glorias luminárias, raios a
mandam embora
De clamores vagos, enche a sebe flora
de alegria
Sou sombra e gemido da solidão vazia
Ermo que atenua a lapide onde uma dor
jaz
Pois depois de morrer as primeiras
aflições
A vida dá tantas outras, pra sofrer
ainda mais
Mas no encalço de tantas frações falecidas
no amor
O fogo purifica a esperança em
dissabores
Porque do forno da vida todas
mascaras se destroem
Na nossa alma desabrocha eterna
flores
Para tantas farpas que na vida caíram
ao lado
O gotejar das lagrimas e nós embalsamadas
Percebemos que nosso coração estava
sendo lapidado
E nossas lagrimas em perfumes
destiladas.
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