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terça-feira, 4 de junho de 2019

Farpas e Espinhos





Sou sombra do meu gemido
Alegrias farpadas em logradouros de tristezas
A real fantasia de primaveras
As mais belas flores desabrocham na tristeza

Sou gemido nessa sombra escarpada
Nas encostas do destino que conduz
A simbiose das estrelas na noite congelada
Pois das densas trevas, as estrelas doam luz

Quanto mais lamento, mais despedaço corações
Quanto mais choro menos ainda irei cantarolar
É melhor seguir em preces sinfônicas nas aflições
Pois nos espinhos o coração não encontra um lar

Quem me dera sublime ser o espetáculo da aurora
Quando nas entranhas a luz expulsa a noite fria
Pois em glorias luminárias, raios a mandam embora
De clamores vagos, enche a sebe flora de alegria

Sou sombra e gemido da solidão vazia
Ermo que atenua a lapide onde uma dor jaz
Pois depois de morrer as primeiras aflições
A vida dá tantas outras, pra sofrer ainda mais

Mas no encalço de tantas frações falecidas no amor
O fogo purifica a esperança em dissabores
Porque do forno da vida todas mascaras se destroem
Na nossa alma desabrocha eterna flores

Para tantas farpas que na vida caíram ao lado
O gotejar das lagrimas e nós embalsamadas
Percebemos que nosso coração estava sendo lapidado
E nossas lagrimas em perfumes destiladas.

Clavio J. Jacinto






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