Campos de Inverno
Os Campos estão cheios de geada e os ventos tocam nas folhas
das arvores
Bucólico dia de inverno, estação dos regatos entorpecidos
pelo hálito polar
Como ficam os aromas órficos dessa musica de saudosa
lembrança?
Nada além das pradarias e flores que secaram o horizonte da
tarde
Num ordinário silencio que se quebra num momento acomodado
As colinas estão brancas de um néctar e faces endurecidas de
torpor
As pedras cheias de musgos, são repousos de libélulas e
vendavais
Num tácito monte onde as rosas se refazem entre abismos
colossais
Haverá para essa saudade que atormenta e é tão pungente?
Pois não se semeia mais as matizes de um por de sol e
nascentes
As águas das lagrimas fluem de um rosto rústico e comovente
Para atenuar mais ainda os cântaros de anseios quebrados
De certa forma, que se acenda o fogo, luminária que aquece
Pois do frio vento, o norte em ecos que me estremece
Vai minhas palavras como mendigos, uma alma esfarrapada
Por sendas sem samaritanos e sacerdotes na via congelada
Desperta a sombra do calabouço de todos os tormentos
Porque da flora colorida meu apego é bem mais que afinidades
Das represas dos gritos e lamurias que desabam no momento
Fujo pra outra estão, outono de minha felicidade.
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