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sábado, 22 de junho de 2019

Posca




(Posca)


Depois de um beijo rasgado de um fio de  fel
No rosto, a em face de afiada falsa afeição
No calor de um fogo sem amor e paixão
As laminas famintas  transpassaram a carne

Um fio de pedra e o madeiro
Um cálice de vinagre, o vinho azedo
No seio da tarde, o breu assombro, que medo!
Os lábios ressequidos no vento ardido

A posca em esponja oceano de absinto
O cimbalo dos trovões e o estremecer da terra
Os espíritos opostos dançando na algazarra
Nas mãos ensangüentadas tão tensa guerra

Sorvendo o amargo, tangendo suores
As chagas cantam em orquestrais ostracas
Horripilantes fios de pregos como fios de facas
A carne rasgada no madeiro de todos os horrores

E a dor nessa infâmia tão mais nefasta
Que do alivio cada vez mais se afasta
Num abraço ao sofrimento, lamenta um alto brado
Depois do ultimo suspiro á entrega o consumado.
(Autor: Clavio J. Jacinto)



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