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segunda-feira, 17 de junho de 2019

Tons celestiais


Tons celestiais

Depois que a ultima estrela foi embora num instante
O azul intimo de céu espraiou-se pelo firmamento
Tocando os lábios das montanhas verdes e distantes
Uma vastidão  das glórias das estações em ventos

O que meus olhos vêem e o coração pouco enxerga
Quem das fontes toma as matizes das mais vivas cores?
Nas densas e áureas luzes de bendita aurora se alberga
Que me acalenta essas visões, quando choro dores

Pois que devo eu olhar pra essa pura imensidão
Na inércia de um fogo que virou cinzas e flores
Num pesar que depois de ausentar-se o aguilhão
Restam rente, forte e imóvel os meus  dissabores

Quem me dera possuir os cálices derramados
Nessa pós-noite e um novo dia que nos domina
Que das estrelas ausentes fica os tons azulados
Das nevoas brandas que o sol mais ilumina

Assim que desse céu que cativa por nossos anseios
Que das coisas encerradas em cálices misteriosos
Bebi eu e então nos mais lúcidos devaneios
Fiquei pasmo a esmo nos sentimentos gozosos



CLAVIO J JACINTO

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