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sábado, 9 de dezembro de 2017

Claustro de Dores


O coração dói é a alma angustiada
Infelizes ânsias de não tocar os próprios sonhos
Agonia que amarra os desamparos existenciais
Cárcere de emoções, um espetáculo humano
As nevoas de meu ser em fuga intocável
Na doce imagem da memória em meus delírios
Quem dera-me ser cipreste de montanha
Pois beberia das reais fontes de cada orvalho
Há uma luta dentro de mim, batalha mais épica
Um ego que se arrasta em nós de muitos gritos
Tentando em vão se apossar da vazia ilusão
Para em si me satisfazer das coisas intocáveis
Quando sairei livre dessa nobre insensatez?
Pareço ser uma jaula que prende um leão sem bocas
Vorazes são minhas ilusões, flores ébrias
Eu bebo de um pouco de sensatez, até tornar-me real
Então descubro como sou solitário
Na beira do mar desse cosmos, um pó
Sem chance de possuir o pulsar estelar
Conformo-me com os reflexos delas,
Nas lagrimas de meu olhar

Clavio J. Jacinto.

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