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terça-feira, 6 de agosto de 2019

Campo de Estrelas

Campo de Estrelas

Que severa noite que aviva o frio
Entre geadas orvalhos e lagrimas de fetos
Numa travessia da madrugada ardilosa
Sob ares nostálgicos e buque de flores

Ali está a inercia de um pobre corpo
Na imensidão cósmica de soluções e silêncios
No aparato de horas noturnas que escoam
Sob os braços da escuridão que não aplaude

Severa é essa foz de todas as ausências
Nas vastas campinas escondida nos pedregais
Que do alto as estrelas da noite mais brilham
Num incensário de luzes frias e monótonas

Quais lapides que em misteriosas masmorras
Quando distantes sois brilham na escuridão
A vida da fonte que o tempo mais jorra
Apagou-se o pulso forte nessa pia vastidão

Oh! que mais belas luzes tão celestes
Aqui nesse mundo tantos obituários me assustam
Quão formosos são os orvalhos agrestes
Em fria geada adormeço na desconsolação


Clavio J. Jacinto

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