Pages

terça-feira, 6 de agosto de 2019

A Brevidade

 A Brevidade


Quantos ventos sopram nas pobres manhãs
Rusticas nevoas assolam a aurora
Como rubis desgastados em coroas retorcidas
Féretro da noite que ocupa o campo santo


As vinhas libertam seus aromas
Os espinhos guardam as rosas do jardineiro
De um pulsar longínquo estrela brilham
Mas as cordas da tortura amarram-nos

E que torturada é a doce alma na tristeza
Como ferro a fogo crepita de duas dores
Uma porque abrasado recebe golpes
Outra porque adormece na terra fria


Como defunto que ontem sorriu ainda vivo
Mas que cessou de olhar pras montanhas
Agora adormecido nesse pálido silencio
Aceita sem hesitar a cama de mármore.

C. J. Jacinto

0 comentários:

Postar um comentário