Como brisa a esmo ando raso
Entre vales e colinas que vertem
As chuvas de outono em meus caminhos
Como se lesse em espanto
Dante e suas desventuras em noites
Como a sombra sombria do medo
Ecoando nas solidas solturas do coração
Batidas descontroladas de sustos calados
Eu solitário entre os dentes
Como cegos pirilampos em brasas
Libertos dos lençóis da noite escura
Buscando a fonte do fogo
Num mergulho denso na luz das laminas
O arado afiado da rotina
Que retorcida entre pedras
Mastigam o solo e revoadas de sulcos
Ali descanso temeroso
Escondendo dentro delas
As sementes de todas as minhas magoas
Para que dessas feridas terrenas
Germinem as flores de minha primavera
Clavio J. Jacinto
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