Lembranças cósmicas flutuam dentro de mim
Como folhas envelhecidas remanescentes de jardins
Retorcidos estão meus pensamentos do passado
Como aço de ruínas antigas que jazem no campo santo
Quando as cordas do amor rompem-se em seus ninhos
Nós pobres sopros de perfumes aprisionados
Gememos nos cárceres vítreos do tempo que nos leva
Congeladas as névoas dessas manhãs do passado
Despertamos para a aventura de toda a nossa infância
Uma peregrinação para os espinhos da saudade
Um mergulho para os tormentos estelares
Pois se em uníssono canta o coração derramado
Como o sorriso daqueles que nunca mais choraram
É certo que o tempo passou por mim
Deixando rastros como estrela cadente
Nem sequer deixou meus anseios ausentes
Pois em pedras derrapam aqueles sussurros secos
Como se um deserto sem areias debulhassem minhas aventuras
Ouço o vento levando todas as areias
Daquela ampulheta que contava todos os meus dias
Que me resta senão os papeis das paginas coloridas
Das epopéias de uma juventude agitada
Desses pórticos e naufrágios perdidos
A ilha do meu passado e seus faróis
Apagam-se entre as tempestades da vida presente
Apego-me nas palavras que caem da eternidade
Pó incandescentes que
desliza até a minha face
Para iluminar os últimos passos da minha brevidade...
(Clavio J. Jacinto)
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