TEMORES
Temo o dia em que os homens
deixarem de sonhar
Temo o dia em que as canções
perderem a emoção
Temo o dia em que não existirão
poetas
Sei que agora essas coisas não
têm mais importância
Mas eu temo quando as crianças
perderam a infância
Quando os homens perderem o
caráter
Quando os jovens perderam os
princípios que norteiam a vida
Temo quando a chuva não for mais
aconchegante
A aurora não for mais inspiradora
E as flores desabrocharem sem
serem percebidas
Sei que todas essas coisas estão
perdendo a importância
Mas e temo quando não existir
mais o pudor
Quando cada dia será mais um a
menos
E os anos se passarem como as
folhas desprendidas
Temo o dia quando não existir
mais sorrisos verdadeiros
Temo a ausência de sacrifícios de
humildade
Temo que as cinzas do amor cubram
a tumba da humanidade
Mas temo ainda mais quando os
homens não mais sentirem
Pela alma e pelo coração por
acreditarem impiamente
Que todas as coisas dentro de
nós, são apenas lampejos
De reações químicas que morrem
depois das ilusões...
(Clavio J. Jacinto)
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