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sexta-feira, 20 de abril de 2018

Temores


TEMORES

Temo o dia em que os homens deixarem de sonhar
Temo o dia em que as canções perderem a emoção
Temo o dia em que não existirão poetas
Sei que agora essas coisas não têm mais importância
Mas eu temo quando as crianças perderam a infância
Quando os homens perderem o caráter
Quando os jovens perderam os princípios que norteiam a vida
Temo quando a chuva não for mais aconchegante
A aurora não for mais inspiradora
E as flores desabrocharem sem serem percebidas
Sei que todas essas coisas estão perdendo a importância
Mas e temo quando não existir mais o pudor
Quando cada dia será mais um a menos
E os anos se passarem como as folhas desprendidas
Temo o dia quando não existir mais sorrisos verdadeiros
Temo a ausência de sacrifícios de humildade
Temo que as cinzas do amor cubram a tumba da humanidade
Mas temo ainda mais quando os homens não mais sentirem
Pela alma e pelo coração por acreditarem impiamente
Que todas as coisas dentro de nós, são apenas lampejos
De reações químicas que morrem depois das ilusões...
(Clavio J. Jacinto)

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