IMPENITENTES
Expõe tuas metáforas homem moderno
Teus sentimentos são de plásticos
Sem denuncia-los estão sepultados no chão da vida
Como dores recicláveis e escondidas
São ramalhetes de rosas artificiais
Num vaso de papel que não resiste a chuva
E como favos sem mel
A cera é a face de tuas mascaras
Tão réprobas quanto as asas de Ícaro
Que luz rutilante alumia teus passos?
Se deveras aludes a ti mesmo em fel de flores
Como a posca que torna-se absinto
Nos lábios de quem tanto beijou a misericórdia
A foz de teus rios de almas
Dançam em serenatas de pecados
Como ébrios alucinantes buscando a porta da noite
Verás tu a vastidão de tuas arvores sem frutos?
Como ninhos de soberba
Andas no circuito vital das ânsias desesperadas
Como flamejar de pecadores em soluços
Num Calvário tudo foi posto em lenhos
Mas fenece teu olhar de arrependimento
Preferes perder-se dentro dos devaneios
Olhando para ti mesmo.
(Clavio J. Jacinto)
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